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Transplantes de rins transformam a vida de dois acreanos

Paciente José Roberto sendo atendido após a cirurgia. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)
Paciente José Roberto sendo atendido após a cirurgia. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

Outros dois transplantes de rins foram realizados no Hospital das Clínicas, nos dias 11 e 13 deste mês. Com eles, a vida de dois acreanos sofreu uma verdadeira transformação. Um dos transplantados, o motorista José Roberto Moreno de Araújo, recupera-se do procedimento e fala com alegria do futuro.

Segundo a médica nefrologista Jarine Nasserala, os dois pacientes respondem bem ao transplante.

“Fiz hemodiálise por 11 anos. Era ruim ter que parar o que estava fazendo para ir ao setor de nefrologia para fazer o procedimento. Você só falta viver e morrer num mesmo dia. Eu pedia a Deus para sair disso. Agora é só andar para frente”, declarou José Roberto.

A médica explica que o outro transplantado já teve alta, mas segue recebendo acompanhamento médico.

“Para eles, agora é vida nova. O transplante é o melhor tratamento para paciente renal crônico”, reforçou Jarine. Os transplantes ocorrem no Acre desde 2006. Só este ano foram 14 procedimentos realizados no Estado, confirmou a médica.

“Isso representa um ganho de qualidade de vida imensurável para o paciente que deixa de vir fazer hemodiálise três vezes por semana, para vir ao hospital apenas uma vez por semana, depois vem a cada dois ou três meses”, ressaltou Jarine.

No Acre, 23 pessoas estão na lista do transplante de rins
Com esses dois procedimentos, o Acre já chega à marca de 73 transplantes realizados no Estado, pela rede pública de saúde. Atualmente, 250 pessoas realizam hemodiálise na unidade. A médica detalhou que, atualmente, 23 pacientes estão na lista do transplante de rins e outros 100 estão em estudo. Além disso, 98 pessoas em pós-transplante são acompanhadas no HC.

O transplante renal é o tipo mais realizado no Brasil e no mundo e é o mais antigo, vindo em seguida os de fígado e de pulmão.

O doador, que pode ser uma pessoa viva, pode ser um parente, um irmão ou o pai, que doe o órgão para a pessoa que dele precisa. Nesse caso, as cirurgias do doador e do receptor são feitas simultaneamente.

Os doadores falecidos são aquelas pessoas que sofrem morte cerebral (o cérebro para de funcionar, mas o coração continua batendo e o sangue continua circulando). Esses doadores estão, em geral, nas unidades de terapia intensiva dos hospitais e sendo mantidos por aparelhos e técnicas especiais para que os demais órgãos continuem funcionando até sua doação.

Segundo a lei brasileira, a morte do cérebro é sinal definitivo de que não há mais vida, mesmo que o coração ainda esteja batendo à custa de aparelhos. Há critérios bastante específicos para definir morte cerebral. É feita uma série de exames e dois médicos atestam que o cérebro do paciente deixou de funcionar. Além disso, a família precisa autorizar a doação, mesmo que a pessoa já tenha manifestado em vida vontade de doar seus órgãos.

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