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Secretário diz que suspeito de matar mulher e bebê seria transferido hoje para presídio

Secretário confirmou que a Corregedoria de Polícia investigará a morte
Secretário confirmou que a Corregedoria de Polícia investigará a morte

O secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela, ressaltou que o suspeito da morte de Jardinez Oliveira da Silva e da filha dela, seria transferido para o presídio de Rio Branco nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, 18.

“O caso foi no Bujari e ao fim do procedimento ele tem que ser ouvido pelo delegado, que também se torna o responsável pelo preso. Lembrando que ele também precisava ficar no local para ajudar na procura pela criança desaparecida, que finalizou por volta da meia-noite”, disse ao lembrar que o inquérito estava quase concluso quando a delegacia foi invadida.

A invasão na delegacia ocorreu no início da manhã desta, quarta-feira, 18. O secretário de Polícia Civil informou que o caso está sob investigação e que os invasores serão responsabilizados dentro da lei. Na hora da invasão apenas sete policiais estavam de plantão na unidade. Segundo o delegado o número é o mesmo em qualquer centro integrado de segurança.

“A gente tinha um número adequado de policiais no local. a quantidade de pessoas foi muito expressivo e não deu para fazer a contenção dessas pessoas. Ninguém esperava esse tipo de reação por parte da população”, afirmou o delegado.

Em relação à morte de Lucimar da Silva Bezerra, o delegado afirmou que os procedimentos para identificar os invasores da delegacia já foram iniciados. Segundo ele, eles poderão ser indiciados tanto por homicídio como pela invasão da unidade.

Portela afirma que qualquer erro de operação será detectado após a apuração da Corregedoria Geral, que deve durar no mínimo 30 dias, podendo ser prorrogável.

A perícia que vai investigar a morte de Lucimar da Silva Bezerra deve sair em até 10 dias.

ENTENDA O CASO:

Acusado estava na cela da delegacia no momento da invasão. (Foto: Divulgação)
Acusado estava na cela da delegacia no momento da invasão. (Foto: Divulgação)

Populares invadem delegacia e matam suspeito por mortes da mãe e do bebê

Cerca de 50 homens invadiram na manhã de ontem, 18, a delegacia do município do Bujari. Na ocasião, o preso Lucimar da Silva Bezerra foi linchado e morto pelos invasores. Ele confessou ter matado Jardinez Oliveira da Silva, de 25 anos, e a filha dela, de seis meses, na comunidade Boa Esperança, na BR-364, zona rural de Rio Branco.

Segundo o delegado da cidade, João Augusto, foi impossível deter os populares. “Após invadirem, a delegacia agrediram com diversas facadas o preso”. De acordo com o secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela, não havia outros presos na delegacia.

Em entrevista à imprensa, o delegado considerou como “imprudência”, que o suspeito tivesse ficado nas dependências da delegacia interiorana, visto que o crime acontece na zona rural de Rio Branco, e o mais correto seria que o suspeito fosse encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla), na Capital.

Após a confusão, duas pessoas foram detidas e estão sendo ouvidas pelas autoridades policiais. Os invasores ainda estão sendo identificados, porém, a polícia suspeita de agricultores que moram na mesma comunidade da jovem assassinada.

A Polícia Civil informou que o suspeito já havia tentado estuprar a vítima em outra ocasião.  O assassinato da jovem e do bebê ocorreu na última segunda-feira, 16, enquanto voltavam da residência de familiares das vítimas. Jardinez teve sua barriga aberta e suas vísceras foram arrancadas.

O corpo do bebê foi achado em um matagal depois da casa do suspeito. O laudo aponta morte por hemorragia intracraniana, traumatismo craniano encefálico, provocados por ação de instrumento contundente.

O médico legista Italo Maia informou que não é possível especificar como foi provocado o trauma na criança. “O corpo estava deformado pelo grau de decomposição, devido aos dias de morte. Tinha um certo machucado na cabeça, que foi do trauma. Não dá para afirmar qual foi o mecanismo usado. A gente sabe que ele bateu com um objeto contundente, que bate, mas não corta”, explica.

Segundo o delegado Rêmulo Diniz, que conduziu as diligências na zona rural, Lucimar “estava estuprando a mãe e a criança ficava ao lado chorando. Do local onde matou a mãe, até onde enterrou a criança, é uma hora de caminhada. Ou seja, ele caminhou 1h com a criança morta”.

Populares se concentraram em frente a delegacia do Bujari
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Jardinez, o marido e a pequena Amanda de seis meses
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