Na sexta-feira (11) detentas da ala feminina do Presídio Francisco D´Oliveira Conde se negaram a receber as marmitas do almoço, alegando que o frango e as almôndegas estariam estragadas.
Segundo as presidiárias, a coordenadora da ala foi chamada e elas (as detentas) explicaram os motivos, ou seja, o alimento estava estragado e se adoecessem a enfermaria não teria suporte para atendimento necessário. As presas alegam que a coordenadora, que não teve o nome citado, não levou a reivindicação a direção do Presídio como prometeu e sim, determinou a transferência de cinco presas julgando que elas seriam líderes do motim.
As cinco detentas foram transferidas para o Presidio Evaristo de Moraes em Sena Madureira, cidade distante de Rio Branco 144 quilômetros. Uma das detentas transferida para Sena Madureira conseguiu fugir, mas o sistema não comunicou a fuga. As quatro presidiárias que haviam sido transferidas foram trazidas de volta para Rio Branco, mas não retornaram para o Presídio, elas foram encaminhadas para a Delegacia de Flagrantes – DEFLA.
Além das quatro mulheres que foram transferidas para a DEFLA, cerca de outras 30 foram retiradas do Presidio e distribuídas em delegacias, como DEAM, DEFLA e outras regionais. Diante da transferência das cinco presidiárias as mais de 100 se rebelaram e começaram a bater nas grades.
No período da noite, ainda da sexta-feira (11) , a Polícia Militar foi acionada para “acalmar” os ânimos. Mas, de acordo com as denunciantes os militares entraram nas celas de números 01, 02, 03, 04, 05, 11, 12 13 15 e 16 dos dois lados dos Pavilhão feminino e espancaram brutalmente cerca de 100 mulheres e além disso foram agredidas verbalmente com palavras de baixo calão e ainda ameaçadas se contassem aos familiares e a situação chegassem ao conhecimento da imprensa.
Segundo uma presa, as cinco mulheres que foram transferidas para Sena Madureira não foram agredidas e a que fugiu ninguém sabe o paradeiro.
Para evitar que os familiares soubessem o que aconteceu na noite de sexta-feira, no sábado foram suspensas as visitas e nenhuma das detentas espancadas foram levadas para exame de corpo de delito.
Nesta segunda-feira (14) uma Comissão de mulheres, parentes de detentas, formulará a denúncia junto ao Ministério Público e Secretaria dos Direitos Humanos.