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Doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti assustam acreanos e Capital tem três casos suspeitos de zika vírus

Quase que religiosamente nesse período, devido o aumento das chuvas na região, o Aedes Aegypti volta a preocupar, por conta das doenças que ele transmite doenças como a dengue e a Febre Chikungunya. Desde maio deste ano, começaram a ser registrados no país inteiro, casos do zika vírus. Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco, investiga três casos suspeitos da doença, informou o gestor da pasta Otoniel Almeida.

De acordo com o secretário os casos suspeitos são de pessoas que chegaram da região Nordeste do país e que podem ter tido contato com o vírus. Após a identificação de alguns sintomas, as residências dessas pessoas passaram por um bloqueio químico na intenção de que o vírus fosse eliminado e estão sobre observação seguindo sua rotina normal sem a necessidade de serem internadas.

O material para a confirmação das suspeitas foi coletado e encaminhado a um laboratório para análise. O resultado deve em até 15 dias.

A situação preocupa já que o mosquito procura ambiente como terrenos baldios com mato alto e entulhos de obras, móveis velhos, carcaças de carros, pneus usados, além de lixo jogado pelas ruas para se proliferar.

Apesar da associação do vírus aos casos de microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou em nota que, até o momento, não há qualquer comprovação científica que ligue ocorrências de problemas neurológicos em crianças e idosos ao vírus zika.

De acordo com a Fiocruz, a informação de que o vírus zika provoca danos a esses dois públicos “não tem fundamentação científica”. A fundação esclarece, no entanto, que o zika pode provocar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em qualquer paciente, independente da idade, assim como outros vírus, como varicela, enterovírus e herpes.

Segundo o Ministério da Saúde, até 5 de dezembro de 2015, foram registrados 1.761 casos suspeitos de microcefalia, em 422 municípios de 14 unidades da federação. Nenhum caso foi registrado no Acre.

As informações são do Informe Epidemiológico sobre Microcefalia, divulgado na terça-feira, 8.  O Ministério da Saúde, junto com gestores de Saúde de estados e municípios, continua tratando como prioridade a investigação desses casos e suas possíveis causas e consequências.

Neste período, o estado de Pernambuco registrou o maior número de casos (804). Em seguida estão os estados de Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).

Entre o total de casos, foram notificados 19 óbitos, nos estados do Rio Grande do Norte (7), Sergipe (4), Rio de Janeiro (2), Maranhão (1), Bahia (2), Ceará (1), Paraíba (1) e Piauí (1). As mortes foram de bebês com microcefalia, e suspeita de infecção pelo vírus zika. Os casos ainda estão em investigação para confirmar a causa dos óbitos.

Desde o último dia 7 de dezembro, o Ministério da Saúde passou a adotar, em consonância com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, a medida padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 32 cm, para a triagem de bebês suspeitos de microcefalia. Até então, a medida utilizada pelo Ministério era de 33 cm. A iniciativa teve como objetivo incluir um número maior de bebês na investigação, visando uma melhor compreensão da situação.

Vale esclarecer que o perímetro cefálico (PC) varia conforme a idade gestacional do bebê. Assim, na maioria das crianças que nascem após nove meses de gestação, o crânio com 33 cm de diâmetro é considerado normal para a população brasileira, podendo haver alguma variação para menos, dependendo das características étnicas e genéticas da população.

O vírus
Os sintomas do zika vírus incluem febre, dor nas articulações e músculos, além de conjuntivite e manchas vermelhas na pele. A doença é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, e os sintomas normalmente surgem 10 dias após a picada.

O zika vírus não é contagioso, e por isso não passa de uma pessoa para outra. A única forma de pegar esta doença é sendo picado pelo mosquito. No entanto, se um mosquito que não tem o zika vírus picar uma pessoa que está com zika, ele é contaminado e começa a passar a doença para outras pessoas através de sua picada.

Microcefalia
Acredita-se que a microcefalia possa acontecer devido a uma alteração no sistema imune que faz com que o vírus possa atravessar a placenta e chegar até o bebê causando má formação cerebral.

Síndrome de Guillain-Barré
A Síndrome de Guillain-Barré pode acontecer porque após a infecção pelo vírus, o sistema imune engana-se e começa a atacar as células sadias do corpo. Neste caso, as células afetadas são as do sistema nervoso, que deixam de possuir a bainha de mielina, que é a principal característica do Guillain- Barré. (Com informações Fiocruz)

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