Em uma cerimônia emocionante, na Biblioteca da Floresta, o Governo do Estado promoveu nesta terça-feira, 15, mais uma edição do Prêmio Chico Mendes de Florestania.
A premiação reconhece iniciativas e pessoas que lutam e trabalham pelos povos da floresta, na defesa do meio ambiente e na conservação de recursos naturais, baseados nos ideais do líder seringueiro Chico Mendes, que completaria 71 anos hoje.
Na categoria internacional, o prêmio foi para a marca francesa de sapatos Vert/Veja, que produz o solado das peças a partir da borracha selvagem acreana.
Na categoria nacional, foi premiado o designer Marcelo Rosebaum, que, em parceria com a comunidade indígena Yawanawá, criou uma coleção de luminárias feitas com miçangas.
Já na categoria estadual, a homenagem foi para a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Resíduos Sólidos (Catar).
A governadora em exercício, Nazareth Araújo, entregou os prêmios e reforçou a necessidade do compromisso de todos pela causa ambiental.
“Essas são pessoas que se comprometem com o processo de desenvolvimento econômico sustentável. O líder seringueiro Chico Mendes falava que primeiro sua luta era pelos seringueiros. Depois, ele descobriu que a luta dele era pela Amazônia. E, então, percebeu que lutava por uma razão que é da humanidade inteira. Que todos nós sejamos Chico Mendes”, disse.
Os vencedores – Vencedora na categoria internacional, a marca francesa de sapatos Vert/Veja possui negócios no Acre há nove anos, comprando folhas defumadas líquidas (FDL), feitas com látex de seringueira de extrativistas moradores de reservas. “Faço parte da história dessa empresa e do compromisso dela. Há 25 anos que eu estou no Acre, trabalhando com os extrativistas, na defesa pela borracha nativa”, contou Bia Saldanha, representante da empresa no Estado.
Já o designer Marcelo Rosenbaum venceu a premiação com um projeto chamado A Gente Transforma, que desenvolveu luminárias a partir da cultura do povo Yawanawá.
As obras foram apresentadas no Salão do Móvel, em Milão, na Itália, e hoje estão sendo comercializadas para o público brasileiro.
“O novo mundo que eu enxergo para os meus filhos é com menos diferenças. E o meu trabalho é mostrar beleza. E foi isso que eu vi nos Yawanawa, na mãe natureza. O meu movimento hoje é acordar todo dia e honrar esse encanto que eu tive”, disse Rosenbaum.
Na categoria estadual, a premiada Catar, cooperativa que trabalha com lixo reciclável, beneficia sete famílias, em um trabalho que completa 10 anos.
“Esse prêmio eu dedico a todos os catadores, os que estão hoje e os que vieram antes de mim. Somos um grupo pequeno, mas que não desistiu de lutar para alcançar nosso dia a dia”, disse Cleyton da Silva, presidente da Catar. (Samuel Bryan / Agência Acre)