O vice-presidente do Senado da República, Jorge Viana (PT-AC), visitou a redação do Jornal A GAZETA da tarde de segunda-feira, 21. Na ocasião, ele faz uma análise sobre o atual cenário econômico e político do país.
“Essa crise política tende a afetar a economia do país. Mas, acredito que 2016 será um ano melhor. Acredito que a economia irá melhorar. Essa mudada no Ministério da Fazenda é positiva. Claro que muitos cortes devem ser feitos para assegurar um equilíbrio, porém, estou confiante que ano que vem será melhor”, disse.
Ele salientou que o Acre finaliza 2015 como um dos estados que conseguiu manter uma boa economia. “Estamos entre as federações que conseguiu pagar seus funcionários. O Tião e o Marcus Alexandre estão de parabéns por finalizar esse ano conseguindo pagar até o 13º terceiro. Teve estado que nem isso fez. Tenho certeza que com ações que nossos governantes estão tomando, esse quadro irá melhorar”.
Jorge citou ainda a Operação Lava Jato. Ele lamentou a participação dos partidos políticos no esquema. “Essa é uma situação muito grave. É generalizado o envolvimento de partidos políticos. Não se sabe se está no meio, ou no fim, só se sabe que é muito grave. A polícia deve investir e deve prender todos os que participaram desse esquema.”
O parlamentar lembrou a avaliação negativa aos políticos devido aos escândalos de corrupção. “A política brasileira está pessimamente avaliada, e com razão. De acordo com uma pesquisa da Datafolha, o Congresso foi avaliado com apenas 8% de aprovação pela sociedade. Esse é um quadro que precisamos mudar em 2016”, comenta.
Quanto ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele afirma se tratar de um ato irresponsável do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB).
“O impeachment está na Constituição, porém, não se pode levantar essa possibilidade só porque nossa governante passa por um momento de baixa popularidade. Se no Brasil tirarmos os governantes por não serem tão populares, não haverá mais nenhum respeito à Constituição e leis no país. Esse pedido de impeachment é um atropelo à Constituição.”
Ele frisa que o impeachment poderá agravar ainda mais a crise econômica do país. Viana afirma que a classe mais pobre é que acaba sendo mais afetada. “Essa crise afeta a vida de todo mundo. O pessoal de cima deixa de ganhar, mas o pessoal de baixo, que é a maioria, perde mesmo com inflação e desemprego. Só quem ganha são os banqueiros”, afirma.
Por fim, ele comentou sobre a participação na 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), que ocorreu em Paris este mês. Ele ressaltou o papel do Brasil como protagonista nas negociações do acordo firmado.
“O Brasil foi protagonista decisivo na COP 21. Tivemos um papel importante na aprovação desse acordo em que os países se comprometem a trabalhar para que o aumento da temperatura média do planeta não passe dos 2ºC e reconhecem a necessidade urgente de limitar esse aumento a 1,5ºC.”
Na avaliação do senador, o acordo é ousado e os países terão que revisar suas metas continuamente para que o resultado seja efetivo. “Além da meta de conter o aumento da temperatura em dois graus até o fim do século e o esforço para que o aumento não passe nem de 1,5 graus, foi firmado um repasse de 100 bilhões de dólares por ano aos países pobres e em desenvolvimento. É um acordo ousado, porém, temos que ter coragem de encará-lo e realizá-lo.”