Nesta segunda-feira, 28, a cidade de Rio Branco comemora 133 anos de fundação e, ao longo desses anos, a capital do Acre passou por uma grande fase de desenvolvimento, tanto no que diz respeito à infraestrutura, economia, mobilidade urbana, quanto politicamente. Rio Branco deu um salto considerável.
Segundo o historiador Marcus Vinicius, embora a cidade esteja em franco desenvolvimento, ainda mantêm em muitos aspectos algumas tradições. Ele considera a década de 70 como o momento que marcou o início de uma nova história para a Capital.
“Foi nessa época que muitos migraram para Rio Branco. Essa explosão de pessoas marcou uma nova era para nossa cidade”, disse.
Fazendo uma comparação de Rio Branco do passado com o do presente, o historiador comemora a criação da BR-364, que liga a Capital de uma ponta a outra. “Antigamente tínhamos uma cidade pequena, isolada. Hoje, somos a metrópole deste Estado. Crescemos muito como município. Enquanto algumas cidades em certos momentos pararam de crescer, a capital acreana passou por transformações absurdas.”
Para o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, do ponto de vista da infraestrutura, a Capital vive sua melhor fase. “Muitos investimentos estão sendo realizados em Rio Branco. Nossa cidade tem passado por uma grande revitalização. Novos prédios, com designers diferentes, mais modernos”, disse.
Opinião confirmada pelo engenheiro civil Paulo Farias. “Rio Branco cresceu muito ao longo dos últimos anos. Isso é positivo, porém temos que ter uma atenção à forma como isso vem acontecendo. Um crescimento desordenado acaba se tornando um problema.”
Rio Branco do futuro
O prefeito lembra que a mudança não ocorre apenas com a construção de novos prédios na Capital. “Rio Branco deu um salto no que diz respeito à infraestrutura. Isso é possível notar quando avaliamos a pavimentação de nossa malha viária”, falou.
Segundo Marcus Alexandre, dos 803 km de malha, cerca de 700 já estão asfaltados. “Em 2005, tínhamos apenas 350 km de malha viária asfaltada. Hoje, em 2015 já estamos com quase 700 km pavimentos, o que equivale a praticamente 80% das ruas asfaltadas.”
Comemoração em diferentes datas
Por muito tempo foi comemorado o aniversário da cidade no dia 13 de junho. De acordo com o historiador Marcus Vinicius, por longos anos se considerou a criação da cidade pela data em que foi criada Penápolis. Porém, essa data deixava de fora 30 anos de história do Segundo Distrito.
“Essa era uma data cruel para se comemorar, porque jogava fora 30 anos de história do Segundo Distrito, como se a cidade tivesse começado com a criação do Primeiro Distrito, quando todo mundo sabe que o Segundo Distrito é mais antigo”, afirmou.
De acordo com o historiador, existem três teorias sobre a data do aniversário da cidade. “Atualmente se considera o aniversário a partir da criação do seringal Volta da Empreza, que logo se tornaria povoado. Outra data é 7 de setembro de 1904, da criação da Vila Rio Branco, porque não apenas ela passa a ser vila oficialmente, com seu espaço urbano reconhecido. Passa também a ter uma função política administrativa, como a capital do departamento”, explicou.
A terceira possibilidade é 13 de junho de 1909, quando foi criada a cidade de Penápolis. “Tirando as cidades fundadas por algum governante, todas as outras têm datas aleatórias, que dependem da decisão da própria população. É uma escolha, história é versão. Você escolhe a versão predominante, mas as possibilidades são sempre muitas”, apontou.
Uma bela história
Rio Branco, capital do Acre, é a maior e mais populosa cidade acreana, concentrando mais da metade da população total do Estado. Além disso, foi uma das primeiras cidades a surgir nas margens do Rio Acre. Conta a história que, em fins de 1882, numa pronunciada volta do Rio Acre, uma frondosa árvore, a Gameleira, chamou a atenção de exploradores que subiam o rio e levou-os a abrir novos seringais ali mesmo.
O povoado chamado “Volta da Empreza” logo se revelou mais movimentado do que um simples seringal pela abertura de pontos comerciais para o abastecimento das embarcações a vapor que subiam o rio no transporte do ouro negro (a borracha).
Em 1904, após anexação definitiva do Acre ao Brasil, foi elevada à categoria de Vila, tornando-se sede do departamento do Alto Acre. Em 1909 passou a ser denominada Penapólis (em homenagem ao então Presidente Afonso Pena), e, em 1912, Rio Branco, em homenagem ao Barão de Rio Branco, chanceler brasileiro cuja ação diplomática resultou no Tratado de Petrópolis. Em 1913 tornou-se município. Em 1920, capital do território do Acre e em 1962, capital do Estado.
Rio Branco, hoje, é o centro administrativo, econômico e cultural da região. É cortada pelo Rio Acre, que divide a cidade em duas partes denominadas de Primeiro e Segundo distritos. De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até setembro de 2015, a cidade possuía uma população de 370,550 mil habitantes. Sua área territorial é de 9 222,58 km², sendo o quinto município do Estado em tamanho territorial. De toda essa área, 44,90 km² estão em perímetro urbano, o que classifica Rio Branco como sendo a 66ª maior do país.
Programação cultural marca o aniversário de Rio Branco
Ao longo do mês de dezembro, a Fundação Garibaldi Brasil (FGB) vem realizando uma série de atividades em comemoração aos 133 anos da capital acreana. Na última terça-feira, 22, promoveu a abertura do Prêmio de Artes Visuais As Cores da Cidade. Cerca de 66 obras em escultura, fotografia, grafite e técnicas mistas estão expostas no Memorial dos Autonomistas no horário comercial até esta segunda-feira, 28.
O Festival Som da Cidade teve etapa eliminatória no dia 18 de dezembro no Teatro Plácido de Castro, com a seleção de 12 músicas para a etapa final que acontecerá no dia 28 de dezembro, às 19h, no Teatrão.
“Estamos bastante satisfeitos que em um ano dificílimo como 2015 a Prefeitura consegue realizar eventos importantes do calendário de fim de ano”, reafirmou Rodrigo Forneck, presidente da FGB.