Lançada na última segunda-feira, 25, a petição a respeito do uso do gentílico local “acreano” ou “acriano”, até o fechamento desta edição, tinha a participação de 755 pessoas, que defendem a normatização do termo “acreano”. A consulta pública termina no próximo dia 13.
Caso aprovado o termo “acreano”, que é tradicionalmente utilizado, será encaminhado um projeto de lei à Assembleia Legislativa para tornar oficial o seu uso. Os interessados podem acessar a petição no site da Agência Acre (http://www.agencia.ac.gov.br/governo-inicia-consulta-publica-sobre-gentilico-do-acre/).
O assunto entrou em pauta quando o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passou a vigorar, no começo deste ano. Desde então, iniciaram-se diversos debates sobre o uso do gentílico, adjetivo para definir pessoas ou coisas do Acre.
Ao contrário do que se tem comentado, o acordo não realizou modificações nesse aspecto, apenas manteve a regra que já existia para os gentílicos. Para a norma-padrão da Língua Portuguesa, a grafia correta é “acriano”.
Segundo a estudante Larissa Nascimento é nesse momento que o povo deve defender sua cultura através da permanência do termo acreano. “Eu vou me sentir mal em ter que escrever de outra forma”, destacou.
A presidente da Academia Acreana de Letras (AAL), Luisa Karlberg, afirma que nenhum decreto pode modificar uma tradição. Além disso, o acordo, por ser ortográfico, não deve modificar a morfologia das palavras.
“A Academia Acreana de Letras entende que a língua faz-se pela dinâmica das populações e não por decreto dos governos. Também considera que esse Acordo prejudica o Patrimônio Cultural Imaterial da Língua Portuguesa pela anarquia ortográfica que acarreta aos usuários do idioma”, explicou a presidente.
A reforma ortográfica estabelece cerca de 20 bases de mudanças na língua portuguesa, tais como novas regras para o uso do roteiro, a inclusão das letras “k”, “w” e “y” no alfabeto, que passará de 23 a 26 sinais gráficos, assim como novas regras de acentuação.