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Justiça Acreana suspende interdição que impedia presídio de receber detentos provisórios

Justiça Acreana suspende interdição que impedia presídio de receber detentos provisórios

 Após quase um mês de interdição das unidades prisionais de regime provisório e fechado, a Justiça acreana, através do desembargador Samoel Evangelista, decidiu acatar o pedido de suspensão da liminar com a justificativa de que a interdição não resolve o problema, mas, ao contrário, o agrava.

As unidades foram interditadas em 17 de dezembro de 2015 pela juíza Luana Campos. Em sua decisão, ela alegou superlotação dos presídios e falta de cumprimento de medidas acordadas com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre  (Iapen-AC).

Em seguida o Iapen-AC e a Procuradoria Geral do Estado (PGE-AC) entraram com o mandado de segurança pedindo a suspensão da liminar. O mérito da questão ainda deve ser julgado.

Segundo o diretor do Iapen, Martin Hessel, o presídio pode receber presos provisórios e também fazer o remanejamento de detentos sentenciados para o URF-01, que também estava fechada.

Luana Campos, na época, afirmou que o Iapen não teria terminado a obra do Pavilhão A, cujo prazo final terminou no dia 16 de dezembro, além da reforma do Pavilhão N.

A decisão da magistrada também aponta que o órgão não teria concluído o presídio feminino, que deveria ter sido entregue até 4 de dezembro, nem aumentado o número de servidores e disponibilizado tornozeleiras eletrônicas suficientes para atender a demanda. Ainda segundo a juíza, durante a inspeção em novembro de 2015, foi constatado um déficit de 1,5 mil vagas.

O diretor do Iapen afirma que em nenhum momento a obra parou neste período, mas não houve como finalizar por causa de questões contratuais. “Em 2015, avançamos em 40% e chegamos a 70% da construção. Tentamos estabelecer um novo cronograma, mas, infelizmente, não conseguimos fechar em dezembro. Foi um problema mesmo relacionado à obra”, explica Hessel.

O diretor assegura que, no próximo mês, o FOC contará com 79 raquetes detectoras de metais, um aparelho Raio–X, 12 portais detectores de metais e 34 banquetas que também detectam metais.

Consequências da interdição das unidades causou superlotação nas delegacias

A interdição das unidades prisionais afetou, principalmente, a Polícia Civil e as delegacias, afirma Hessel. Desde a decisão da juíza, ao menos 40 a 50 presos foram distribuídos nas delegacias da 3ª regional de Rio Branco, Delegacia da Mulher (Deam), Delegacia de Flagrantes (Defla) e  nos municípios do interior do Acre.

“Houve esse problema de superlotação nas delegacias e ainda há, pois ainda estão com essa demanda reprimida. A gente só podia receber à medida que fossem saindo presos do sistema. Com essa situação, no último mês, chegamos até a ter 100 presos em delegacias. Com essa suspensão, até o final da semana, os presos que estão em delegacias na Capital e interior serão acolhidos”, estima o diretor do Iapen.

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