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No encontro com Temer, Dilma fala sobre economia e volta da Conselhão

 No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central  deve anunciar sua decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), a  presidente Dilma Rousseff mencionou, em conversa reservada com o  vice-presidente Michel Temer (PMDB), as projeções do Fundo Monetário  Internacional (FMI) para o desempenho da economia mundial para tentar  justificar a crise na economia brasileira.

No primeiro  encontro do ano, que marca uma tentativa de reaproximação política da  presidente e do vice-presidente, Dilma e Temer conversaram a sós nesta  quarta-feira, 20, durante os 15 primeiros minutos. Em seguida, os  ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de  Governo) entraram na sala. De acordo com interlocutores do peemedebista,  a conversa girou em torno principalmente de assuntos ligados à área  econômica.

Dilma usou as projeções do FMI para tentar  mostrar que a crise na economia brasileira é afetada por uma conjuntura  internacional ruim. As projeções usadas pela presidente foram as mesmas  que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mencionou em  comunicado emitido ao mercado financeiro ontem.

No  documento, Tombini, que vem sofrendo pressões do PT contra a alta dos  juros, afirmou que o Copom vai levar em conta as projeções do fundo na  decisão sobre a Selic nesta quarta-feira.

Conselhão – Na  conversa a sós com Temer, Dilma afirmou ainda que vai reativar o  Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, chamado “Conselhão”.  Segundo interlocutores, o vice-presidente sugeriu a Dilma que o governo  demonstre estar “mais disposto a ouvir do que a falar” no colegiado.

Temer  defendeu que o Planalto incentive os conselheiros a enviarem sugestões e  que o governo procure adotá-las. Para o vice, essa seria uma importante  sinalização para ajudar a melhorar as expectativas da economia  brasileira.

Temer também lembrou, durante o encontro, do  documento “Uma Ponte para o Futuro”. Elaborado pela Fundação Ulysses  Guimarães, ligada ao PMDB, a publicação tem principalmente propostas  para a economia. Dilma afirmou ao vice que conhece a publicação. Em mais  um afago ao peemedebista, ela ressaltou que o documento está sendo  analisado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para que algumas das  sugestões possam ser adotadas pelo governo.

Apesar de o  encontro entre Dilma e Temer ocorrer em meio às articulações do Planalto  para eleição do líder do PMDB na Câmara e do vice para se manter na  presidência nacional do partido, interlocutores do peemedebista afirmam  que eles não conversaram sobre esses dois temas. Aliados de Temer  afirmam que eles também não falaram sobre a Operação Lava Jato, que  apura atos de corrupção na Petrobras.

Nos 20 minutos  finais do encontro, Dilma e Temer conversaram sobre “amenidades”, como  cinema e literatura. O vice-presidente sugeriu à petista a leitura de  três livros: “Número Zero”, do escritor Umberto Eco, e “A Capital da  Solidão” e “A Capital da Vertigem”, do jornalista Roberto Pompeu de  Toledo.

 

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