Apesar dos médicos peritos anunciarem nesta segunda-feira, 18, o fim da greve, após mais de quatro meses paralisados, as atividades apenas serão retomadas a partir da próxima segunda-feira, 25. A greve é a mais longa já feita pela categoria e a própria Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) diz que mais de dois milhões de segurados deixaram de ser atendidos.
Já o INSS estima ser um número menor, cerca de 1,3 milhão de perícias. Além disso, o órgão federal descontou os dias parados dos grevistas. No retorno das atividades terão prioridade as perícias de quem agendou o atendimento pela primeira vez e que por falta de perícia não está recebendo o benefício INSS.
A greve atrasou o recebimento da aposentadoria de José Carlos Vieira. “Já procurei o INSS várias vezes. Preciso fazer a perícia para garantir minha aposentadoria. Se já demorava antes da greve, imagina agora que acumulou tanto serviço nesse período”, comentou.
A perícia é obrigatória para conseguir auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou mesmo para voltar ao trabalho depois de uma licença médica.
De acordo com o diretor da ANMP, Luiz Argôlo, apesar da volta ao trabalho, a greve não acabou. O que foi decidido, segundo ele, é um retorno ao estado de greve. No estado de greve, a categoria volta a atender, mas continua negociando suas reivindicações com o governo e pode cruzar os braços novamente.
Hoje, a associação diz que a categoria cumpre a determinação de manter 30% dos médicos trabalhando. No dia 25, serão 100% deles. O atendimento da perícia médica nas agências da Previdência Social está prejudicado desde o dia 4 de setembro. Os peritos reivindicam aumento de quase 28% e reestruturação da carreira.
Em nota, a autarquia afirmou que os benefícios não recebidos serão pagos de acordo com a primeira data agendada e que adotou medidas administrativas para garantir a continuidade do pagamento àqueles que tentaram e não conseguiram agendar perícia médica para prorrogação do benefício. (Com informações UOL)