Segundo o superintendente da Pesca no Estado do Acre, Sammy Pinheiro, 5.700 processos de pescadores supostamente ilegais estão sendo investigados pela Polícia Federal. Ele afirma que o maior número de carteiras falsas foi identificado nos municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Marechal Thaumaturgo.
Pinheiro explica que as carteiras investigadas foram emitidas no período de 2013 a 2014. Ele diz que o perfil das pessoas que possuem a falsa carteira vai de mulheres jovens até pessoas que trabalham de carteira assinada.
“São pessoas novas que não sabem nem onde fica o rio, pastor de igreja, frentista de posto de combustível, tudo muito fora da realidade da pesca”, afirmou o superintendente.
Em outubro de 2015, o relatório com informações do Acre, levou o Governo Federal a suspender por 120 dias os períodos de defeso em todo o país e convocar o recadastramento dos pescadores.
Para Sammy, a classe mais prejudicada é a dos verdadeiros pescadores, pessoas que vivem somente da pesca, em sua maioria a classe mais pobre do estado. “Os pescadores antigos estão sendo penalizados por causa dessas pessoas.”
De acordo com o Ministério da Agricultura, um acordo entre o Ministério da Previdência Social (MPS) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) permitirá a troca de informações entre os bancos de dados dos órgãos federais. Assim, com essas informações, a concessão de benefício governamental, como o seguro-defeso, terá mais transparência e controle.
O superintendente destaca que as supostas carteiras falsas foram emitidas por “interesse político”. O único município do Acre que está fora da investigação é Plácido de Castro, onde não foram identificadas irregularidades.
“Isso foi feito no período político que houve essas articulações. Com certeza, quem estava à frente do Ministério teve interesse nessa parte. Tudo isso está sendo investigado”, concluiu.