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Filhote de onça criado como gato por família é resgatado pela polícia

Um filhote de onça pintada foi resgatado, nesta quarta-feira, 17, pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar. A onça foi achada há três meses por uma família de Mâncio Lima, interior do Acre, às margens de uma estrada, e era criada como um gatinho, segundo a polícia. O animal se trata de um macho de onça pintada.

Depois de descobrir que se tratava na verdade de uma onça e temendo o comportamento futuro, a dona do animal, que teve o nome preservado, entrou em contato com a equipe de Inteligência do 6° BPM de Cruzeiro do Sul, e entregou o filhote.

“A dona o achou na beira da estrada e como parecia um gatinho pequeno recém-nascido começou a cuidar como se fosse uma animal de estimação. Após três meses, vendo que se tratava de uma onça procurou a polícia para se informar como poderia entregar o animal sem se prejudicar”, relata major Carlos Augusto Negreiros.

A Polícia Militar de Cruzeiro do Sul entrou em contato com o Batalhão Ambiental, que estava na cidade para uma operação, e foi ao encontro da dona de casa.

A família é composta por seis pessoas, entre elas, quatro crianças que, segundo a polícia, brincavam e até davam leite na mamadeira para o animal. “A onça é bonita, bem cuidada. Só estava faltando a carne na alimentação. Ela comeu carne pela primeira vez quando a gente a resgatou porque se alimentava apenas com leite”, explica Negreiros.

O major explica ainda que a mulher é livre de punição porque entregou o animal de livre e espontânea vontade. “Ela não teve a intenção de prendê-lo em cativeiro, realmente era tratada como um gatinho da família. Segundo a legislação, quando você entrega voluntariamente se livra de medidas punitivas”, diz.

O Resgate – Após ser informado do caso, o Batalhão Ambiental informou ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que também acompanhou o resgate, e fez toda a documentação necessária para o transporte do animal.

A onça foi transportada pela BR-364 em uma viatura com compartimento específico para o animal. A onça não foi sedada e teve que fazer pequenas paradas durante a viagem para que pudesse se alimentar e movimentar-se, segundo o major Negreiros. Em Rio Branco, ficou no batalhão até ser entregue ao órgão responsável.

Na manhã desta sexta-feira, 19, a onça foi entregue ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), onde vai passar por triagem e análise de um veterinário e depois será encaminhada para um zoológico no Espírito Santo.

“Por ser macho e pintado, a destinação do animal é mais fácil. Quando é resgatado ainda filhote, a reintegração na natureza é muito mais difícil, pois, ele não foi ensinado pelos pais a sobreviver”, enfatiza o superintende do Ibama, Diogo Selhorst.

‘Risco fatal’ – Selhorst também destacou os riscos de manter esses animais em cativeiro. De acordo com ele, por ser uma animal em extinção, a pessoa pode pegar multa de até R$ 5 mil, além de cometer danos ambientais.

“Esse é o maior felino da América e depois de adulto é muito perigoso para as pessoas, por isso não deve ser criado como animal doméstico. Esse animal é fatal”, esclarece.

A Gazeta do Acre: