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Hora do isolamento

Domingo próximo é 21 de fevereiro e termina o Horário. A meia-noite do sábado para o domingo a maioria da população do país, concentrada no Distrito Federal e nos dez estados que adotaram a medida, vai atrasar seus relógios em uma hora. O Brasil volta a conviver com seus fusos horários convencionais: a Hora de Brasília vale para as regiões Sul, Sudeste, Nordeste mais o Distrito Federal e os estados de Goiás, Tocantins, Pará e Amapá; com uma hora a menos em relação a Brasília, a Hora da Amazônia vale para Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e com duas horas a menos em relação Brasília, segue o Acre na Hora do Isolamento imposta por um fuso horário discriminado e solitário, compartilhado apenas com alguns municípios amazonenses.
Em quatro meses de duração, o Horário de Verão brasileiro 2015/2016 permitiu ao país uma economia de cerca de R$ 4 bilhões. Mas, estranhamente, essa prática adotada pelos países mais desenvolvidos do mundo para economizar energia e que, compro-vadamente, contribui para a qualidade de vida das pes-soas, ainda sofre muito preconceito.

Outra coisa enganadora é defender a hora natural ou a hora de Deus. A verdade é que os fusos horários oficiais representam uma convenção internacional para facilitar a comunicação em todo o mundo. Para ajustar o Acre ao seu Fuso Horário (Menos 5 horas GMT), o Decreto 10.546 de 5 de novembro de 1913 determinou que os relógios de Rio Branco fossem atrasados em 28 minutos e 29 segundos. Vivemos, portanto, de relógios atrasados em meia hora, quando melhor teria sido adiantar meia hora para ficar na Hora da Amazônia e mais integrado ao Brasil. Isso continua pedindo uma discussão séria e sóbria. Sem preconceitos e sem partidarismo.

O Horário de Verão agrava para menos três horas a diferença do nosso fuso em relação Brasília. Neste domingo ele termina e parece aliviar os desajustes na nossa comunicação online, de televisão, aviação, movimento bancário e tudo mais com o Brasil. Mas é só uma falsa sensação de alívio, porque a Hora do Isolamento segue atrasando o Acre de inverno à verão.

A Gazeta do Acre: