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Rio Branco ocupa a terceira posição das cestas básicas mais barata em janeiro

 Pela primeira vez pesquisando o valor dos produtos da cesta no Acre, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que no mês de janeiro Rio Branco apresentou o terceiro menor valor da cesta básica do país. Em entrevista coletiva foi realizada na manhã desta terça-feira, 16, para apresentar os números locais.

Produtos como carne, tomate, pão e banana elevaram o preço da cesta básica. A implantação da pesquisa em nove cidades foi feita em conjunto com a atualização da ponderação de locais de compra, com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2008/2009, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando as famílias de um a três salários mínimos.

De acordo com o analista do Dieese, Wesley de Brito, através desses números que os sindicatos podem negociar com maior propriedade com o poder público. “Trabalhamos na assessoria e educação. Auxílio nas discussões sindicais. E para a educação com o trabalhador na tentativa de conscientizar sobre o trabalho exercido”, explicou Brito.

De acordo com dados, a capital com maior custo da cesta básica foi Brasília (R$ 451,76), seguida de São Paulo (R$ 448,31), Rio de Janeiro (R$ 448,06) e Vitória (438,42). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 329,20), Maceió (R$ 337,32) e Rio Branco (R$ 341,53).

Em janeiro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.795,24, ou 4,31 vezes mais do que o mínimo de R$ 880,00.

Nesse mesmo período, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 96 horas e 59 minutos, inferior à jornada calculada para dezembro de 2015, de 100 horas e 08 minutos.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Rosana Nascimento, essa é mais uma ferramenta para ajudar os sindicatos a comprovar aos governos que o poder de compra do trabalhador reduz todos os meses.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro de 2016, 47,92% dos vencimentos para adquirir os mesmos produtos que, em dezembro, demandavam 49,47%.

Trabalhadores sentem redução do poder de compra

Não é difícil encontrar no mercado pessoas reclamando dos preços dos produtos da cesta básica. “Antes com R$100 eu conseguia fazer uma compra boa no mercado. Com produtos melhores. Hoje não dá mais. Acabo tendo que substituir produtos por causa do preço. Todos os meses sinto que meu poder de compra cai”, desabafou a funcionária pública Maria do Rosário Souza.

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