No dia 18 de março, os brasileiros, arguidos por um sentimento de defesa do Estado Democrático e de Direito prometem se manifestar em todo o país, pautados numa luta unânime pela democracia. No Acre, os movimentos sociais, as centrais sindicais, associações, classe estudantil, juventude e milhares de trabalhadores preparam-se para demarcar, nas ruas, com a classe média e elitista que as ocupou no último domingo, 13.
A mobilização é composta por democratas e todos aqueles que prezam pela legalidade constitucional e defendem a continuidade dos projetos que mudaram a realidade econômica, política e social do Brasil. A defesa será pela continuidade dos programas de combate a pobreza, que promovem inclusão, e a criação de condições para o desenvolvimento com fortalecimento do emprego e renda.
O Brasil venceu uma luta secular que possibilita, hoje, ao filho de uma pessoa simples, o acesso ao estudo de nível superior. Foi no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que 21 milhões de empregos foram gerados nos últimos 12 anos, e nunca se investiu tanto em políticas sociais que praticamente eliminaram a miséria no Brasil. Foi esse governo que possibilitou a assistência básica em saúde para mais de 60 milhões de brasileiros que antes eram desassistidos.
Programas essenciais como o “Fies”, “ProUni”, “Minha Casa, Minha Vida”, “PAC”, “Bolsa Escola”, “Mais Médicos” e tantos outros que diante o golpe que pede o fim do governo constitucional da presidenta Dilma Rousseff, podem ser totalmente eliminados. O Acre vai pra rua no dia 18 mostrar que respeita a escolha democrática e o resultado das urnas. E que um golpe de Estado é um caminho nada viável para resolver a crise econômica e política do Brasil.
Lideranças garantem intensa mobilização
Os movimentos sociais já estão se organizando, e as lideranças garantem que para o dia 18 de março, a mobilização será intensa. Um dos coordenadores da Frente Brasil Popular (FBP) no Acre, Manoel Cumaru, disse que centenas de pessoas devem juntar-se à FBP para o ato.
“Estamos convidando toda a população que defende a democracia para se fazerem presentes em frente ao palácio a partir das 17 horas para defender a democracia e dizer não ao golpe. Esse movimento é nosso, é do povo brasileiro e acreano que não concorda com o golpismo. Que a polícia Federal e Ministérios Públicos investiguem quem quer que seja, mas golpe nunca mais no Brasil”, disse Cumaru.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Branco (STR), Fátima Pedrosa Maciel, afirma que a mobilização também avança entre os trabalhadores. “É hora de fazermos essa movimentação. De darmos respostas. Os trabalhadores de Rio Branco farão um grande ato no dia 18”, afirmou a liderança.
Para Leonardo de Abreu, professor do curso de direito da Universidade Federal do Acre (Ufac), o movimento do dia 18 é de extrema importante, já que visa evitar que a hipocrisia e o falso moralismo que revertam as conquistas sociais dos últimos anos.“A espetacularização das ações empreendidas pelo poder judiciário, Ministério Público e Polícia Federal, no âmbito da operação lava jato, enfraquece a democracia, ao criminalizar a política. Lula está sendo perseguido por combater a pior das corrupções, que é a desigualdade social”, disse o professor.