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Mulher morta pelo ex-marido é enterrada sob forte comoção

 Familiares e amigos se emocionaram ao lembrar da vendedora Keyla Viviane Santos, 29 anos. Ela foi enterrada na manhã desta terça-feira, 1°, no cemitério São João Batista. A jovem foi esfaqueada, supostamente pelo ex-marido, Adjunior Sena, que estaria inconformado pelo término da relação. Ele teria cometido o crime em via pública, em frente à loja onde Keyla trabalhava, no bairro Estação Experimental. O enterro dela ocorreu exatamente no início do mês considerado o mês das mulheres.

Familiares comentam que o relacionamento de 4 anos entre os dois era conturbado e que, há quatro meses, Keyla colocou um ponto final na relação.

No velório, a revolta e a tristeza se misturaram. De acordo com informações, a família não apoiava o namoro. As ameaças e mentiras de Adjunior eram rotina da vida do casal.

A indignação dos amigos era visível. “Ele foi brutal. Ela não merecia passar por isso”, comentou um amigo, que não quis se identificar. Adjunior foi preso em flagrante minutos após o crime e já está à disposição do Judiciário.

Segundo o Mapa da Violência (2015), 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas. E, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a violência contra a mulher é mais sistemática e repetitiva do que a que acontece contra os homens.

Família realiza doação de córneas

Apesar do choque e revolta pelo crime que interrompeu à vida de Keyla Santos, a família decidiu doar a córneas. Segundo a coordenadora da Central de Transplantes do Hospital das Clínicas no Acre, Regiane Ferrari, o material recolhido foi enviado para o Banco de Olhos, no Distrito Federal, onde passará por avaliação e, depois, será devolvido ao Estado.

“Esse procedimento é padrão, feito desde 2009. O Banco de Olhos avalia sobre a qualidade e saúde da córnea. Após o retorno para o Acre, temos o prazo de até 14 dias para efetuar o procedimento. Mas, acreditamos que até a próxima sexta-feira o transplante seja realizado”, detalhou a Ferrari.

Atualmente, no Acre, 20 pessoas estão na fila de espera por uma córnea. Segundo Regiane, as córneas de Keyla beneficiarão duas pessoas. Os outros órgãos não puderam ser doados porque a vítima sofreu hemorragia interna.

Regiane Ferrari ressalta, também, que a recusa pelas doações de órgãos ainda é grande no Acre e que o Estado ocupa um dos maiores índices negativos sobre doações. Os interessados em alguma informação sobre doações de órgãos podem procurar o Hospital das Clínicas ou entrar em contato através do telefone (68) 3227-6399.

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