Um dos mais tradicionais bairros em Rio Branco terá sua história e contos eternizados por um documentário realizado por moradores. O projeto liderado por Val Mesquita e Messias Nunes, vai mostrar também as atividades sociais e o cotidiano de quem vê a vida passar as margens do Rio Acre.
Atualmente moram mais de seis mil famílias no bairro. Sobre o documentário, de acordo com Val Mesquita o processo de gravação do material já iniciou. “Estamos convencendo alguns moradores mais antigos a contar um pouco da história do bairro. Já temos alguns personagens legais”, explicou.
De acordo com Val Mesquita o auge o bairro foi na década de 80. “Atualmente, onde passa a Quarta Ponte, existia um barracão que concentrava a realização dos eventos e atividades. O Carnaval sempre foi um dos principais motivos para a união da comunidade”, detalhou.
Um dos moradores que participarão do documentário será Pedro Gadelha que foi um dos primeiros empreendedores que empregou bastante gente na região. “Cada um tem uma história. Queremos juntar as histórias do passado e mostrar o que o bairro se tornou hoje. O projeto está engatinhando. Contamos com a colaboração dos próprios moradores, não temos patrocínio”, detalhou Val.
Em 2015, o bairro foi fortemente atingido pela cheia do Rio Acre. “Foi um momento difícil. Mas, foi um período de muita união. Todo mundo se ajudou. Foi inclusive nessa mesma época ano passado”, recordou Val.
Apesar do momento difícil, em datas como dia das crianças, natal, réveillon e o carnaval em 2016, não passam em branco pelos moradores. “Pedimos a colaboração de algumas pessoas. E compramos presentes para crianças. Tem também o Papai Noel no Natal, festa de ano novo com clima familiar e o tradicional carnaval. Esse não pode faltar. Essas atividades promovem um momento de lazer e interação social entre os moradores e pessoas de outros bairros que escolhem o Cadeia Velha para passar essas datas”, confirmou Val.
História do Bairro
O Cadeia Velha surgiu quando o Cel. Gabino Besouro, na época Prefeito Departamental do Alto Acre, resolve tomar parte das terras do Seringal Empreza, localizado à margem esquerda do rio Acre, isso, entre 1909 a 1940.
Na sequência ele promove a abertura de quatro ruas – Epaminondas Jácome (rua principal do Cadeia Velha), Benjamin Constant, Marechal Deodoro e a atual Getúlio Vargas – dando início a ocupação da margem esquerda do rio Acre, onde hoje é considerado o centro da Regional II e também da cidade.
A história do nome do bairro é meio contraditório. Há quem diga que uma das primeiras habitações do local se tratava de uma delegacia, onde se prendia loucos (isso mesmo, naquele momento, a loucura era caso de polícia. E na época o governo havia construído uma cadeia, onde atualmente fica a prefeitura de Rio Branco, e para diferencia uma da outra, denominou-se de cadeia nova e cadeia velha.
E também tem uma piada antiga conta que uma senhora de idade caiu de um caminhão. Daí um gaiato fala: Cadê a velha? Brincadeiras à parte, o bairro localizado no Centro de Rio Branco parece ter seu próprio ritmo, seu tempo próprio.