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Em depoimento à Polícia Federal, Lula afirma que será candidato à Presidência em 2018

A Justiça Federal do Paraná disponibilizou ontem, 14, o depoimento na íntegra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Polícia Federal, após ser conduzido coercitivamente no dia quatro de março para depor na 24ª fase da Operação Lava Jato.

No depoimento, que durou cerca de três horas, Lula foi questionado sobre diversos assuntos. Ele reafirmou que o apartamento tríplex no condomínio Solaris, em Guarujá, não pertence a ele. Disse que se sente desrespeitado e que a investigação é uma “sacanagem homérica”.

“Eu acho que eu estou participando do caso mais complicado da história jurídica do Brasil, porque eu tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista Veja diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do tríplex que foi uma sacanagem homérica”, afirmou.

Lula reconheceu que foi ao apartamento e afirmou à polícia que o imóvel era inadequado. “Quando eu fui à primeira vez, eu disse ao Léo que o prédio era inadequado porque além de ser pequeno, um tríplex de 215 metros é um tríplex ‘Minha Casa, Minha Vida’, era pequeno”.

Quanto às doações ao Instituto Lula, o ex-presidente voltou a negar que tenha pedido algum valor a empresas, porém, admitiu que alguém possa ter feito o pedido em nome da instituição. O MPF diz que o instituto recebeu de empreiteiras investigadas na Lava Jato R$ 20 milhões em doações e que a Lils Palestras recebeu R$ 10 milhões.

“Não vejo problema em que as empresas sejam procuradas para financiar projetos, pois, de outro modo, argumentou, não haveria doações. Nem dízimo de igreja é espontâneo”, disse, ao afirmar, ainda, que não proibiu esse tipo de ação devido a não exercer função executiva na instituição que leva seu nome.

“No instituto hoje eu sou só presidente de honra e você sabe que se um dia você for presidente de honra da Polícia Federal aqui você não representa mais nada”.

Em um trecho do documento transcrito, Lula afirma que estão ‘tentando fazer com ele’ o que fizeram com os acusados no processo do mensalão “que não poderiam entrar num restaurante” nem “ir a lugar nenhum”.

Ele afirma, porém, que agora decidiu que vai se candidatar à presidência em 2018 e que terão que ter ‘coragem’ para impedi-lo.

“[…] vou ser candidato à Presidência em 2018 porque acho que muita gente que fez desaforo pra mim, vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível”, afirmou Lula.

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