Choveu nesta segunda-feira, 20, o maior volume para o período de 24 horas nos últimos onze anos, segundo dados registrados pela Defesa Civil. Entre os anos de 2005 e 2016 ainda não havia caído tanta água sobre Rio Branco ao longo de um único dia.
O temporal intenso e localizado causou sérios transtornos na infraestrutura da capital. Vários pontos de alagamento foram confirmados pela Defesa Civil. Os moradores da Avenida 7 de Setembro, no Conjunto Nova Esperança, receberam a visita do prefeito Marcus Alexandre, que levou sua solidariedade por conta da forte chuva que ocorreu durante praticamente o dia inteiro. Devido à dimensão da tragédia, o prefeito promoveu uma grande mobilização para amenizar o sofrimento de trabalhadores e comerciantes daquela região.
Na 7 de Setembro, as águas de um canal que passa ao fundo de quintais invadiram residências e inundaram a via pública. Os moradores chegaram a fechar a avenida utilizando veículos e madeira, mas decidiram pela reabertura logo após a chegada do prefeito no local. Ele conversou com os moradores, convocou técnicos da Defesa Civil, Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb), Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) e Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcas), além do coordenador do Programa Ruas do Povo, Marcos Vinicius, e técnicos do Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa).
A solução técnica começou a ser aplicada às 7h desta terça-feira, 1 de março: uma retroescavadeira fará o alargamento de trechos do canal. A margem direita, onde se situam casas residenciais e comerciais afetadas pelo aguaceiro, receberá material especial para ajudar na contenção das águas. Com isso, o problema será reduzido drasticamente. A solução definitiva virá em seguida e depende de outras providências ao longo de toda a bacia hidrográfica e na rede de drenagem da região.
“Viemos prestar nossa solidariedade às famílias. Há um problema grave que precisa de solução imediatamente”, disse o prefeito Marcus Alexandre, que esteve em vários pontos mesmo durante a chuva. Sua determinação é de manter as equipes mobilizadas e atentas às demandas imediatas da comunidade. Inicialmente, foram distribuídos kits de limpeza pós-alagação em atividade executada pela Defesa Civil e Semcas. O trabalho prosseguiu ao longo da noite.
Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 1, a Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur), iniciou o trabalho de desobstrução do córrego que percorre várias localidades da capital, e que causou alagamento nos bairros Esperança e Nova Esperança, na tarde da última segunda-feira, 29, durante uma forte chuva. Segundo a Defesa Civil de Rio Branco, foram registrados 110,6 milímetros de chuva na Capital.
Homens, tratores e caminhões trabalharam no alargamento e aprofundamento do córrego no Esperança e Nova Esperança, nas Ruas Sete de Setembro, João Neto da Silva e José Paulino.
Ainda na tarde de segunda-feira, o prefeito Marcus Alexandre esteve no local, no momento em que chovia, exatamente quando a Rua 7 de Setembro estava alagada. O prefeito acompanhou o drama dos atingidos e garantiu aos moradores que os serviços seriam realizados urgentemente.
Moradores, como o aposentado Pedro Cosmo Pereira, reconhecem que a própria comunidade tem sua parcela de responsabilidade nesta situação. “Tem gente que joga até geladeira inteira aqui dentro. Aí quando vem a chuva, a água não tem por onde passar e invade as ruas e residências”. O professor Carlos Alberto Moreira relata que os mesmos que cobram solução do poder público também “jogam móveis inteiros dentro d’água e depois põe a culpa dos alagamentos na prefeitura”.
Segundo o encarregado pelos serviços da Semsur, Raimundo Neves, o Dango, as máquinas retiram o lixo e o entulho e em seguida atuam nas margens alargando o córrego e aprofundando o leito, para garantir que a água possa seguir seu curso normal. Mas, ressalta que nem todos os moradores colaboram com o trabalho. No Esperança, uma das moradoras por onde o córrego passa, não permitiu que as máquinas entrassem no quintal dela para executar o trabalho. “Infelizmente nem todos colaboram”.
O professor Carlos Alberto Moreira elogiou a atitude do prefeito Marcus Alexandre, que na hora da chuva esteve no local observando de perto o problema e, já na manhã desta terça-feira, mandou as máquinas para o bairro. “O prefeito não se esconde e veio aqui na hora do sufoco. Hoje já acordamos com as máquinas chegando para fazer a desobstrução”.
Semsur dá continuidade ao trabalho de limpeza
Mesmo com o trabalho extra de desobstrução de igarapés para evitar novos problemas de alagamento, a Semsur continua com a rotina de serviço de limpeza dos bairros onde há infestação do Aedes aegypti.
Nesta terça-feira, as frentes de serviço atuaram no Residencial Itatiaia, na região do Calafate, além do Triângulo Velho, Preventório e Loteamento Santo Antônio.
Desde o início do ano, já foram recolhidos mais de 6.300 toneladas de lixo e entulho de 21 bairros em Rio Branco.
