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Vendedora morta pelo ex-companheiro é homenageada em ato pelo fim da violência contra a mulher

 Emoção marca ato pelo fim da violência contra a mulher. A manifestação aconteceu em frente à loja de confecções Ok Magazine, na Estação Experimental, onde a vendedora Keyla dos Santos foi brutalmente assassinada pelo ex-companheiro, no dia 29 de fevereiro.

O manifesto foi realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds/AC) e Instituto Socioeducativo do Estado do Acre (ISE). Amigos, familiares, ex-clientes de Keyla, representantes do governo e do município participaram do ato pela paz.

A assistente social da Seds, Vanda Matos, lembrou emocionada a forma como a vendedora foi morta. Ela recorda ainda a morte de Maria Helena, morta pelo namorado com 15 golpes de terçado, nesta segunda-feira, 7.

“Esse é um gesto simples, mas simbólico. Estamos dizendo um basta à violência contra a mulher. Estou muito emocionada, todos os clientes da Keyla entram nessa loja chorando”, disse Vanda com lágrimas nos olhos.

Visivelmente abalado, o sobrinho da vendedora, Matheus Tavares, diz que a família espera justiça. “A gente fica realmente chateado, triste. Nós não pudemos dar um último adeus, um abraço. É preciso conscientizar as mulheres, mas também os homens que homem nenhum é dono de mulher. Mulher é livre! As mulheres precisam denunciar e buscar ajuda”, falou Matheus.

Matheus destacou o trabalho rápido da Polícia Militar do Acre (PM/AC), e do Serviço Móvel de Urgência (Samu), pelo socorro rapidamente prestado. Com tristeza na voz, o sobrinho lembra o costume que a tia tinha de amarrar o cabelo.

“Todo mundo sabe da mania que ela tinha de amarrar o cabelo. A Justiça está sendo feita. Nós nunca vamos nos conformar, porém, se Deus quiser, ele vai nos dar conforto”, concluiu o sobrinho de Keyla.

Violência contra a mulher

Segundo a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), o Brasil registrou, nos dez primeiros meses do ano passado, mais de 63.090 denúncias de violência contra a mulher – o número corresponde a um relato a cada 7 minutos no País.

Ainda segundo o SPM-PR, em 67,36% dos relatos, os agressores foram homens com quem as vítimas tinham ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas, como namorados, companheiros, amantes ou cônjuges. Outros 27% dos casos se deram com familiares, amigos, vizinhos ou conhecidos.

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Fotos/A GAZETA
Fotos/A GAZETA
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