O presidente da Comissão especial no Senado Federal que terá o condão de analisar a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), senador Raimundo Lira (PMDB/PB), destacou na manhã de ontem, que os parlamentares pretendem apreciar o relatório no próximo dia seis.
“Será um trabalho de grave responsabilidade e de muito equilíbrio para que possamos concluir nos prazos devidos, que estão distribuídos da seguinte forma: no dia 28/4 ocorre à oitiva dos denunciantes; dia 29 a oitiva da defesa da presidente Dilma; 4/5 a apresentação do relatório de Antonio Anastasia e dia 6 a votação do relatório”, afirmou.
Sobre o assunto, o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT/AC), voltou a repudiar o processo de impeachment. Ele lamentou também a atitude do vice-presidente da República, Michel Temer, que já estaria trabalhando na montagem de seu governo, segundo divulgado pela imprensa.
“Se o seu Michel Temer, no Jaburu, já está montando um governo, para que o julgamento? É um jogo de cartas marcadas! Mas a população está vendo. Cada dia que passa, tem um número maior de pessoas que dizem ‘eu estava caindo no conto do vigário’. Realmente, o seu Eduardo Cunha, por vingança, resolve botar adiante, se juntar com o que há de pior no Parlamento, para fazer o impeachment sem causa, sem crime”.
Jorge Viana reconheceu que a administração de Dilma Rousseff cometeu erros, sendo que um deles foi ter o PMDB como parceiro de governo. O senador disse ainda não entender como alguns integrantes do PMDB classificam de golpe a antecipação das eleições presidenciais para este ano e, ao mesmo tempo, não criticam o processo de impeachment da presidente.
Ele lembrou que pesquisa do Ibope, feita entre os dias 14 e 18 de abril, revela que 62% dos entrevistados querem novas eleições. Além disso, apenas 8% defendem o impeachment de Dilma e a posse de Michel Temer.