Os parlamentares que compõem a base governista na Assembleia Legislativa no Acre (Aleac) criticaram na manhã de terça-feira, 19, durante sessão no parlamento estadual, a argumentação de deputados federais durante a votação de admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Com 367 votos a favor e 137 contra, sete abstenções e duas ausências, o parecer pela instauração do processo foi aprovado no último domingo, 17, na Câmara dos Deputados. Agora cabe ao Senado decidir se processa e julga a presidenta.
“Os deputados que votaram a favor do impeachment lembraram de tudo menos de citar o verdadeiro motivo que levou a ocorrência desse ato. Passaram vários meses afirmando que a presidente havia dado ‘pedaladas’ e, no último domingo, a justificativa para o golpe era outra. Pouquíssimos levantaram os motivos reais que são julgados no processo. É entristecedor ver a qualidade de argumentos, todos arregimentados para seu entorno, em questões de seu interesse”, disse o deputado.
Zen criticou, ainda, o discurso do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ). No momento em que foi chamado a votar, Bolsonaro declarou seu voto favoravelmente ao afastamento da presidente ‘em memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra’, militar reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura.
“Quero registrar meu repúdio a esse deputado, que representa a escória da humanidade. Ser repugnante que toma assento naquele parlamento e que faz questão de lembrar a história de uma das piores pessoas que já existiu nesse país”.
O deputado Janilson Leite (PC do B) também criticou o resultado da votação. “O que aconteceu naquele domingo foi à realização de um circo. “Raros foram os parlamentares pró-impeachment que argumentaram a existência de crime de responsabilidade. Falaram sobre questões econômicas, políticas, sociais, religiosas. Lembraram as famílias e os próprios familiares. Isso mostra a fraqueza desse argumento e que foi realmente um julgamento político”.
Ele frisou que, da mesma forma que a oposição pede a saída de Dilma Rousseff, deveria também tentar impedir que Michel Temer assuma o comando do país. “A oposição afirma que a presidente Dilma cometeu pedaladas. Eu pergunto: e Temer? não podemos nos esquecer que existia uma aliança entre os partidos. Se Dilma for retirada, sou a favor que retirem também o Temer”.
O deputado oposicionista Gehlen Diniz (PP) ressaltou que a oposição não defende corrupção. Sendo assim, se o vice-presidente da república cometeu algum ato errado, deve pagar. “Nossa posição é claro. Se cometeu corrupção, que pague por seus atos. Que seja julgado, condenado. Se Temer assumir o comando do país e for comprovado que ele cometeu também pedaladas fiscais, que seja retirado também do poder”, finalizou.