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Estacionamento rotativo ainda gera questionamentos da qualidade e eficiência

Com pouco mais de um ano de funcionamento, o sistema de estacionamento rotativo da capital acreana, conhecido como Zona Azul, continua motivando debates acerca da qualidade e eficiência do serviço.

Muitos condutores ainda encontraram dificuldade no momento de utilizar o sistema. Mesmo agentes da Rbtrans e assistentes da empresa monitorando o tempo e vagas dos veículos, o sistema ainda é visto como ‘trabalhoso’ para quem precisa estacionar pelo Centro.

A vendedora Renata Silveira é uma dessas pessoas. Ela admite que, na hora de estacionar seu carro, tenta fugir das ruas contempladas com esse projeto.

“Eu ainda tenho certa dificuldade em aceitar esse tipo de estacionamento, então, sempre busco parar meu carro em uma rua que não tem a Zona Azul. É um pouco difícil já que se trata do Centro da cidade, mas pelo menos do estresse eu me livro”, frisou.

Mesmo não gostando do estacionamento rotativo, a vendedora considera a Zona Azul necessária. “No final das contas, sabemos que esse tipo de estacionamento se faz necessário. Todos acabam tendo a chance de estacionar no Centro”.

Enquanto para alguns motoristas a dificuldade está em aceitar a existência do estacionamento da Zona Azul, para outros a insatisfação está em usar o próprio sistema.

É o caso de Paulo Mendonça, usuário do estacionamento. Ele afirma que muitas vezes chega ao Centro com pressa e acaba perdendo tempo tendo que registrar a placa do carro no parquímetro ou indo atrás de um agente para não correr o risco de ser multado.

“A impressão que tenho é que estou refém desse sistema. Muitas vezes venho ao Centro com certa urgência e acabo perdendo tempo com esse sistema. O pior mesmo é ter quer ficar procurando um agente para trocar as cédulas por moeda”, disse.

Ele salienta que já foi multado por ter estacionado seu veículo sem se atentar as regras da Zona Azul. “Estava apenas com dinheiro em mãos e quando parei o carro fui atrás de alguém da empresa para me ajudar e não encontrei. As pessoas próximas informaram que algumas meninas assistentes passam por algumas horas, porém, eu tinha compromisso e não tive tempo de esperar. Quando voltei ao carro, já tinha uma multa”, disse.

QUESTIONAMENTOS
Para os usuários o estacionamento rotativo ainda precisa ser aprimorado em alguns pontos, entre eles, a forma como o serviço é oferecido aos idosos e deficientes físicos.

Na tentativa de corrigir essa questão, o vereador Marcelo Jucá (PSB) chegou a apresentar um projeto de lei na Câmara Municipal propondo a regularização do uso do estacionamento por essas pessoas.

“Defendo que deficientes físicos e idosos tenham a isenção do pagamento da taxa. Eu, particularmente, não acho justo que eles sejam obrigados a pagar pelo estacionamento. Temos que ter consciência e agir de forma correta quanto a essas duas categorias”, falou Jucá.

Segundo o vereador, a proposta prevê que a isenção apenas nas vagas especiais destinadas a estes públicos. Ele também informa que o benefício só terá validade para o veículo com credencial de identificação de pessoa com deficiência e/ou idoso, concedida pela secretaria competente.

“Os idosos e deficientes já têm uma cota de vagas reservada a eles, a única coisa que se precisa fazer é corrigir esse pequeno erro. A melhoria do atendimento a essas pessoas não se trata de obrigação, e sim respeito e consideração”, disse o vereador.

Para o vereador, é necessário um debate para regularizar alguns pontos que ainda são considerados incontroversos pelos motoristas. “Não se pensa na ideia de extinguir o sistema, mas também temos alguns problemas que precisam ser resolvidos, como exemplo, aumentar o número de assistentes para auxiliar”.

José Geraldo da Silva, 67 anos, acha o projeto é bom, pois dará ainda mais conforto aos usuários em questão. “Acho válido o projeto, além disso, sempre pesa no bolso dos mais necessitados. Ainda mais quando a pessoa é aposentada e ganha pouco”, fala.

O vereador Manuel Marcos (PRB) defende a isenção aos veículos de jornalistas em serviço. A ideia da proposta surgiu após se reunir com o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado (Sinjac), Victor Augusto.

“Ouvimos de alguns profissionais que, além de estarem a serviço ao levar a informação para a nossa cidade, ainda são obrigados a tirar do bolso o valor cobrado na zona e não são restituídos. Portanto, acho justo que esses profissionais da Comunicação tenham também gratuidade”, disse.

REGRAS
A Superintendência de Transporte e Trânsito de Rio Branco (Rbtrans) explica que o motorista, ao cadastrar a placa do veículo, o pagamento por mais tempo pode ser realizado em qualquer outro parquímetro da ‘Zona Azul’.

“Quando você cadastra a placa no parquímetro, ela entra em uma ‘nuvem’. Em qualquer máquina ou com qualquer monitora, você pode estabelecer um novo prazo para o seu veículo, mesmo que à distância”, diz. O sistema também conta com um aplicativo de celular”, diz Nélio Anastácio, superintendente da Rbtrans.

O tempo mínimo de ocupação de cada vaga é de 30 minutos e o máximo de 120 minutos. O preço para o motociclista fica entre R$ 0,50 e R$ 1,00 e o valor para os que possuem automóveis entre R$ 1,00 e R$ 2,00. A exceção fica por conta das caçambas coletoras de entulho, autorizadas a permanecerem no local por 24h, porém, com tarifa a ser cobrada pelo preço de R$ 10.

Para carros, a multa é de R$ 5, já para motos a multa é de R$ 2,50. “Não retirando em 15 minutos, o motorista vai ser multado pelo sistema. Mesmo assim, vai poder permanecer por mais duas horas na vaga sem ser guinchado, ou seja, se for um carro, o motorista paga R$ 7 para ficar quatro horas, sendo que R$ 2 do parquímetro e R$ 5 de multa. Caso o motorista fique mais do que quatro horas, ele sofrerá sanções de trânsito”, explica o superintendente.

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