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A favor da democracia, artistas realizam manifestação cultural no Centro

Manifestação aconteceu na Praça da Revolução, ontem. (Foto: Bruna Mello/ A GAZETA)

Centenas de artistas, estudantes, jovens de esquerda e direita, e representante de partidos políticos realizaram ato a favor da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em Rio Branco. A manifestação aconteceu nesta quinta-feira, 31, na Praça da Revolução, no Centro.

Membro da comissão organizadora, Moisés Alencastro explica que o movimento é apartidário e em alusão ao dia 31 de março de 1964, data em que após um golpe de Estado iniciou a ditadura militar.

“Esse é um movimento que acontece no Brasil inteiro. Estamos lembrando esse dia histórico justamente para que não aconteça a mesma história. É um ato cultural, mas não deixa de ser político”, explicou Alencastro.

Durante o ato aconteceram apresentações de roda de capoeira, quadrilha, hip hop, forró, show de humor, teatro, música, além da apresentação de fanfarra e malabares. A acadêmica de Engenharia Florestal e membro da organização, Iwlly Cristina, de 21 anos, diz que o intuito do ato é reunir toda a classe artista de Rio Branco em defesa da democracia.

“Não é um ato partidário, o teor é que se tenham atos políticos, mas com a miscigenação que temos aqui hoje. Nós reunimos desde a música até malabares. O teatro também, que consegue passar para a população o que existe e que nós não conseguimos enxergar”, disse a estudante.

Iwlly explica ainda que, toda classe artística que participou do evento representa algo diante do cenário político atual. Por exemplo, a capoeira representa a resistência, assim como o movimento feminista.

“No mesmo dia de hoje era quando se instaurava a ditadura militar em 1964, então a ideia é que hoje seja o ponto da liberdade. Naquele dia tivemos a nossa repressão decidida, até que conseguíssemos que virasse uma democracia. Hoje, ainda estamos caminhando para que a democracia se fixe, mesmo que a passos muito lentos”, relatou Iwlly.

Vestígios da ditadura militar
O membro do Conselho Estadual de Cultura do Acre, Romualdo Freitas, de 56 anos, recorda que sofreu muito durante a ditadura militar no Brasil. “Hoje é como se fosse um retorno. Em 1964, eu tinha 4 anos de idade, sofri na minha pele a ditadura. Vi irmãos que tiveram que sair de casa fugidos e que até hoje não sabemos onde estão”.

Hoje, Romualdo, também representante do movimento do teatro, destaca que, na época da ditadura, a censura cultural perseguia os artistas. “Com essa possibilidade desse retrocesso tão grande, nós do campo da arte e da cultura não podemos deixar isso acontecer. Esse golpe é contra uma mulher. Isso não é uma tentativa de impeachment e sim uma disputa de classes”, afirmou.

A Gazeta do Acre: