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Presidente Dilma Rousseff propõe um pacto se barrar o impeachment

Presidente Dilma Rousseff recebeu na quarta-feira, 13, um grupo de dez jornalistas para uma entrevista em seu gabinete no Palácio do Planalto. Na conversa de mais de duas horas, Dilma admitiu a possibilidade de derrota na votação de domingo. Já no final da entrevista, foi direta em relação ao seu futuro político no caso de o impeachment prospere.

Na entrevista, dada no Palácio do Planalto, tendo ao seu lado o ministro Edinho Silva, Dilma atacou com violência a dupla Cunha e Temer (“Só não sei quem é o chefe e o vice-chefe. Mas eles são sócios. Um não age sem o outro.”).

Em relação ao pacto, ficou uma interrogação no ar. Dilma não conseguiu detalhar uma agenda para a ideia. Disse-se aberta ao diálogo com a oposição a quem convidaria para conversar.

Mesmo sem ter explicado que pacto seria esse, disse que só ela poderia fazê-lo. E se referindo a Temer, a quem nunca citava pelo nome, afirmou que não existe pacto “sem a legitimidade do voto”. “Seria uma repactuação com todas as forças políticas, com a oposição e com os movimentos sociais”.

Em nenhum momento, Dilma conseguiu se dizer otimista em relação à votação de domingo. Mas garantiu que lutará “até o último minuto contra esta tentativa de golpe”.

A presidente criticou também o relatório aprovado na Comissão do Impeachment, na segunda-feira. Qualificou-o de “uma fraude”.

Os alvos preferidos foram mesmo Temer e Cunha. No caso de Cunha faz parte da estratégia do Planalto usar a merecidamente péssima (e bota péssima nisso) imagem pública do peemedebista para tirar a legitimidade do impeachment.

Ela criticou também o conteúdo do áudio vazado anteontem em que o seu vice fala de seu projeto de governo, caso o impeachment seja aprovado (“Foi um vazamento para si mesmo. Algo fantástico”). Ali, Temer fala que o estado deve prover a segurança, a saúde e a educação.

Ela afirmou que o governo vai recorrer ao Supremo, se for derrotado no domingo. Disse que isso não foi decidido ainda e se for, quando recorrerá.

 

 

A Gazeta do Acre: