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Dúvidas que se dissiparam

Se restassem ainda algumas dúvidas sobre a legitimidade e decência do processo de impeachment, elas acabaram ontem com o vazamento dessa conversa do senador e ministro do Planejamento, Romero Jucá, com o presidente da Transpetro, divulgada pela Folha de S. Paulo.

Para quem leu a matéria ou se deu ao trabalho de ouvir a conversa, ficou claro que o principal objetivo do impeachment seria o de barrar as investigações da Operação Lava Lato que, embora de modo seletivo, vem apurando a corrupção em empresas, com a participação de políticos, entre eles Romero Jucá.

Convém observar que durante toda a tramitação do impeachment, Romero Jucá falava em nome do presidente interino Michel Temer e acabou sendo escolhido a dedo como um dos seus principais ministros e crítico feroz do Governo anterior.

Mesmo que ele se afaste do ministério, como já anunciou ontem, isso não atenua as suspeitas ou o fato de que o impeachment foi sim um processo arbitrário ou um golpe sujo que só serviu para trazer ainda mais intranquilidade ao país.

Aliás, esses primeiros dez dias do Governo Temer tem sido uma sucessão de trapalhadas. Ele mesmo não conseguiu sair à rua, cercado por todo tipo de protestos.

A Gazeta do Acre: