Como estava previsto, programado e conspirado, o Senado aprovou ontem o afastamento da presidente da República por 180 dias e, pelas manifestações realizadas pró e contra o processo, tudo pode acontecer neste período ou mesmo depois.
Ou seja, com esta decisão, o país mergulha num período de incertezas políticas, econômicas e mesmo jurídicas, com a sociedade diametralmente dividida. Mesmo que o presidente interino, Michel Temer, deva ocupar hoje espaços generosos na mídia, prometendo mundos e fundos.
Porém, como jurista que é, mais do que ninguém, ele sabe que não se rompe com a ordem institucional, impunemente, e haverá reações por parte de uma boa parcela da sociedade. Assim como terá sérias dificuldades para firmar-se no cenário internacional entre as nações democráticas que não compreendem e não toleram este tipo de ruptura.
De qualquer modo, o fato está consumado e os articuladores desse processo espúrio terão a responsabilidade de resolver a grave crise econômica, política e institucional o mais breve possível, sob o risco de serem execrados pela sociedade que não suporta mais assistir o país manietado por um dos piores Congressos da história do país, salvaguardando as devidas exceções.