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Acreanos não concordam com bloqueio de WhatsApp; medida deve durar 72 horas

 O serviço de mensagens instantâneas de WhatsApp foi bloqueado em todo o país. A medida, do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), começou a valer nesta segunda-feira, 2, a partir das 14h (horário de Brasília), e deve durar 72 horas. As operadoras informaram que vão cumprir a decisão, mas estudam se vão ou não entrar com recurso para tentar derrubar a decisão judicial.

O magistrado exige que a companhia repasse informações sobre uma quadrilha interestadual de drogas, para uma investigação da Polícia Federal, mas a empresa se nega a repassar as informações. Em caso de descumprimento, as cinco operadoras de telefonia – TIM, Oi, Claro, Vivo e Nextel – estarão sujeitas a multa diária de R$ 500 mil.

Na capital acreana, muitas pessoas discordam da medida judicial. A monitora de campo da TeleSaúde, Glenda Costa, de 25 anos, diz que o bloqueio não afeta seu dia-a-dia, pois há outras maneiras de comunicação. Apesar de não interferir na sua vida, ela acredita que o bloqueio do aplicativo não deveria acontecer em todo o país.

“Já que é uma investigação criminal, que só afetasse a área investigada. Como alternativa para me comunicar utilizo outros aplicativos como Messenger e a velha mensagem de SMS”, disse Costa.

O funcionário público, André Guerra, de 25 anos, além de discordar da medida, diz que outros aplicativos de mensagem consomem mais internet que o WhatsApp, o que dificulta o controle do pacote de dados móvel. “Já tenho o Messenger do Facebook, o IMessage e o Hangouts. Ainda assim, o aplicativo mais estável é o WhastApp. Então, é um incômodo usar outro, um retrocesso eu diria”.

Uma medida adotada pela empresa, este ano, deve dificultar a colaboração do aplicativo com a Justiça. O WhatsApp adotou a criptografia ‘end to end’, em todos os seus aplicativos e em mensagens e arquivos. Agora, apenas as pessoas da conversa podem ler as mensagens, nem mesmo as companhias podem acessar as informações.

Para o gerente administrativo, Eduardo Marcondes, de 28 anos, a empresa precisa criar ferramentas que colaborem com investigações criminais. Ele acredita que a atual medida judicial não deve resolver o problema. “Só resta respeitar a decisão e esperar o tempo de bloqueio, ou que a medida seja derrubada”.

Histórico – O aplicativo, que pertence ao Facebook, havia sido bloqueado em dezembro de 2015, também devido a uma investigação criminal. Porém, a decisão não durou 48 horas. Em fevereiro deste ano, um juiz do Piauí pediu o bloqueio do WhatsApp, mas a decisão foi suspensa por um desembargador do Estado, após analisar o mandado de segurança impetrado pelas empresas de telecomunicações.

Fotos/ A GAZETA
Fotos/ A GAZETA
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