A deputada e líder do PMDB na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Eliane Sinhasique, apresentou à Mesa Diretora da Casa um requerimento solicitando a criação de uma Comissão de Sindicância para investigar a Maternidade Bárbara Heliodora e os casos dos partos mal sucedidos naquela unidade de saúde, nos últimos dois anos.
Sinhasique pontua que o principal objetivo é encontrar o foco do problema e, dessa forma, buscar uma solução para a questão. “É um absurdo tudo que tem acontecido na Maternidade Bárbara Heliodora. Consta em dados oficiais da Secretaria de Saúde que, no primeiro trimestre de 2015, morreram 35 bebês no hospital”, frisou a parlamentar, ao destacar ainda que essa comissão teria o prazo de 45 dias para efetuar as investigações.
“A comissão será composta por cinco parlamentares e deverá realizar toda a investigação no período de 45 dias. Creio eu ser este tempo o suficiente para colher todas as informações necessárias e, assim, dar uma resposta à sociedade sobre o que realmente acontece naquele lugar”.
Sobre a criação desta comissão, o líder do governo, deputado Daniel Zen (PT) pediu cautela. “É necessário que tenha cautela quanto a esse assunto. A criação dessa comissão certamente não vai trazer essa criança de volta, claro que isso não significa que não devemos investigar, porém, temos que deixar nossas opiniões pessoais de lado e tratar desse assunto de forma isenta”.
Zen ressaltou que a Maternidade já recebeu prêmios de órgãos internacionais devido ao bom atendimento. “Quero lembrar aos nobres pares que a Maternidade Bárbara Heliodora já recebeu diversos prêmios, inclusive de órgãos internacionais, pelo bom atendimento. Temos, sim, uma história de bons serviços, mesmo os deputados da oposição não aceitando esse fato. O Acre continua sendo um dos estados com o menor índice de mortalidade infantil em todo o país”.
Ele criticou os parlamentares que costumam comparar as unidades de Saúde do Acre com a de outros estados. “Sem lógica querer comparar nossos hospitais com os de outros estados. Sempre fomos referência na região Norte, logo, algo de bom nós temos. Só acho que devemos analisar essa questão com calma. Claro que não vamos banalizar o assunto e nem tratar essas mortes como algo normal, porém, temos que nos atentar que quando falamos sobre vida, isso pode ocorrer, a morte”.
Para o líder do governo, o fato de os deputados da oposição estarem emocionalmente envolvidos com a história está destorcendo a verdade dos fatos. “Não podemos trazer esse sentimento de desconforto com relação ao acontecido para não contaminar na busca pela verdade dos fatos. Não vamos confundir questões partidárias e nem criminalizar a profissão médica só para obtermos uma ‘resposta’’”, disse ele.