
O governo interino de Michel Temer divulgou ontem a sua logotipo oficial. O problema é que a parte da bandeira com a esfera azul que flutua acima da palavra ‘Brasil’ na logo é uma versão desatualizada. A esfera tem apenas 22 estrelas, o que realmente aparecia na bandeira na época da Ditadura Militar (entre os anos de 1964 a 1985) e da Quarta República (1946-1964).
Cada estrela simboliza um estado, e estão na posição em que estava o céu do Rio de Janeiro na data da proclamação da República (15 de novembro de 1889). Hoje, a bandeira tem 27 estrelas, ou seja, os 26 estados mais o Distrito Federal. A logo de Temer divulgada ontem não simbolizava o Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins. O Acre passou a aparecer como estrelinha na bandeira em 1968. Os demais foram incorporados na atualização de 1992.
O Mato Grosso do Sul também entrou na última versão, substituindo o extinto estado da Guanabara.
Especilialistas em designer analisaram a logo como conservadora. E frisaram que o tomo gradiente azulado e as formas tridimensionais remetem à década de 1970, época da ditadura, semelhantes aos contornos do designer Hans Donner, criador da identidade visual da TV Globo.
O logotipo de Temer foi cria-do pelo publicitário Elsinho Mouco, cuja agência publicitária não tem contrato com o governo de Temer. É apenas prestadora de serviços. Mouco teria declarado, anteriormente, que a peça publicitária da logo seria uma doação ao governo, e que se tivesse sido feita por uma agência, custaria aos cofres da União cerca de R$ 100 mil.
A Folha de S. Paulo, em sua reportagem, afirma que não conseguiu contatar Elsinho Mouco para indagar se a desatualização da bandeira foi equívoco ou proposital, ou informar se seriam feitas correções na bandeira utilizada.
Elsinho teria dado a seguinte declaração, sobre a logo: “Quando entrou na sala, ele olhou e falou ‘que lindo’, com uma expressão de criança mesmo, verdadeira e emocional. Se uma criança gosta, é porque a gente tem algo puro, tem algo bom na mão. Foi o Michelzinho quem escolheu a marca”. (Com informações do Portal da Folha de S. Paulo)