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Comissão da Aleac decide apoiar criação de sindicância para apurar mortes na Maternidade

Secretário de Saúde participou do encontro na Aleac. (Foto: Agência Aleac)
Secretário de Saúde participou do encontro na Aleac. (Foto: Agência Aleac)

Os deputados que compõem a Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa (Aleac) reuniram-se, na manhã de ontem, 10, com o secretário de Saúde do Estado, Gemil Júnior, gestores da maternidade, bem como representantes de órgãos de controle. O objetivo do encontro foi tratar sobre as mortes de bebês na Maternidade Bárbara Heliodora, ocorridas nas últimas semanas.

Durante a reunião, o secretário de Saúde pontuou que a Maternidade possui condições adequadas de atendimento e que as mortes ocorridas no local teriam sido apenas fatalidades. Quanto aos questionamentos acerca da proibição da realização de partos cesáreos na unidade, ele frisou que não existe.

“Quando o médico verifica a necessidade de uma cesariana, ela é realizada. Inclusive, quase 50% dos partos que acontecem na maternidade de Rio Branco são cesarianas, muito acima do número recomendado pelo Ministério da Saúde. Isso mostra que não existe essa história dos médicos se negarem a realizar o procedimento”.

Em relação à morte do bebê ocorrida há cerca de quinze dias, o secretário afirmou que, em conformidade com os dados coletados no prontuário, a morte teria sido em decorrência de uma aceleração cardíaca.

“Os dados foram apresentados e tudo indica que a criança teve aceleração cardíaca e foi a óbito, mas devemos lembrar que os médicos seguiram o protocolo do Ministério da Saúde. Apesar das dificuldades burocráticas, sempre trabalhamos para melhorar o atendimento e oferecer atendimento e acolhimento adequado”, disse Gemil.

Ele pontuou também que, nos quatro primeiros meses de 2016, a Maternidade reduziu em quase 30% as mortes de crianças. “Temos um dos menores índices de mortalidade em todo o país. São dados comprovados, portanto, há que se frisar que o trabalho ali desenvolvido é sério. Estamos concluindo, em breve, as obras na Maternidade, onde estaremos ainda disponibilizando quase R$ 5 milhões para aquisição de 163 novos equipamentos”, disse ele, ao lembrar também da contratação de novos profissionais.

“Além da estrutura física, nós contratamos 10 profissionais, sendo um clínico geral, quatro pediatras e cinco ginecologistas obstetras. Os médicos têm conhecimento dos protocolos, infelizmente 50% dos óbitos que acontecem na Maternidade são de crianças que nascem com menos de um quilo e prematuras”.

O presidente da Comissão, deputado Raimundinho da Saúde (PTN), confirmou que a Aleac estará instalando uma sindicância para investigar o assunto. “Precisamos saber o que está sendo feito para apurar os fatos. Vamos votar e aprovar a comissão de sindicância para apurar as mortes de bebês”.

Quanto à criação da comissão de sindicância, o líder do governo, deputado Daniel Zen (PT), pediu que a busca pela verdade dos fatos seja isenta de emoções.

“Que os deputados que irão compor essa comissão tenham consciência de que não podem envolver a emoção para não atrapalhar a busca pela verdade dos fatos. Há muito o que ser levado em consideração, uma vez que todos os casos delicados são encaminhados para lá, logo, dependendo do quadro, se for o caso de morte, ocorrerá lá. Enfim, não devemos fazer pré-julgamento sem antes fazer uma apuração”, finalizou.

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