A presidente Dilma Rousseff deve enviar até a próxima sexta-feira, 6, ao Congresso Nacional, a proposta de emenda constitucional que visa antecipar a eleição presidencial para o dia 2 de outubro. O objetivo é colocar a emenda em votação antes do dia 11 de maio, data em que será apreciado, no Senado Federal, o processo de impeachment.
Na quinta-feira da semana passada, nove senadores encaminharam à presidente uma carta pedindo que ela aceitasse renunciar à parte do seu mandato e que apoiasse a proposta de emenda constitucional. A carta é assinada por senadores do PMDB, PSB, Rede, PDT, PSD, PC do B e PT.
O vice-presidente chegou a afirmar que se tratava de uma proposta golpista, porém, além da presidente e de seus ministros, boa parte das lideranças do Partido dos Trabalhadores também aderiram à convocação de novas eleições. Ainda assim, os senadores petistas destacam a dificuldade em aprovar a emenda.
“Diria que, no PT, cresce o apoio, porque eu e os senadores Jorge Viana (PT/AC) e Lindbergh Farias (PT/RJ) estamos apoiando. As pesquisas dizem que a população quer novas eleições. Se isso tudo for verdadeiro, que deixemos o povo eleger presidente e vice numa grande concertação”, disse o senador Paulo Paim.
Paim frisa que não há 3/5 dos votos para aprovar uma PEC, ou seja, 308 votos na Câmara e 49 votos no Senado, em duas votações em cada Casa. “Percebemos que o impeachment está caminhando e decidimos, no meio do caminho, encontrar uma alternativa. Claro que hoje não tem voto. Sabemos. Só é viável se houvesse um grande entendimento entre Executivo e Congresso”.
Pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada no início da semana passada indicou que 62% dos eleitores querem um novo pleito para decidir quem ficará no Palácio do Planalto.