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ARTIGO- O presidente que “negociava

Em menos de um mês, o “desgoverno provisório”, a cada dia que passa, balança mais e mais ante as provas de corrupção contra seus integrantes. As revelações do delator Sérgio Machado, afirmando que o presidente golpista/interino Michel Temer retomou as rédeas do PMDB com o único objetivo de fazer negociatas e distribuir milhões em propina, decretam a queda do circo da hipocrisia peemedebista.

A delação assinada pelo ex-diretor da Transpetro deixa muito clara que Michel Temer solicitou repasses de recursos ilícitos, através de doações oficiais à campanha de Gabriel Chalita, também do PMDB, durante a disputa pela prefeitura de São Paulo, em 2012. Citado mais de 20 vezes em delação na Operação Lava Jato, Temer arbitrou a divisão de aproximadamente R$40 milhões apenas em 2014.

Acuado e visivelmente amedrontado, o interino Temer acusou o golpe e, covardemente, cancelou o pronunciamento que faria à nação em cadeia nacional de televisão e rádio, nesta quinta-feira, 16, além de outras agendas pelo país. Em sua toca de rato, recebe apenas os aliados de igual estirpe que eventualmente o procuram.

A essência do que há de pior na política corre nas veias dessa trupe de canalhas profissionais. Um governo sem base de sustentação popular, reconhecidamente órfão de condições morais, mantido por três centenas de comparsas através de um congresso absolutamente desmoralizado e que reza todos os dias aos céus pelo fim das investigações que correm no Brasil -e que buscam desmantelar essas quadrilhas de gatunos dilapidadores do dinheiro público.

Se as delações de Machado são verdadeiras ou não, apenas o Ministério Público e a Polícia Federal serão capazes de responder com investigações sérias e provas encontradas. E que os gatunos nem pensem em interferir, como sempre o fizeram. Estamos de olho. A casa caiu e a máscara também.

Até lá, leitor, não espere por conduções coercitivas e prisões preventivas, não espere que prendam primeiro e investiguem depois, não espere por ações do MBL e muito menos por um gigante boneco inflável de Temer vestido de presidiário.

Uma capa da “Veja” com um Michel Temer trajando vestes de detento ou até um Aécio delatado, isso, nem pensar. Também não esperem o pato amarelo da Fiesp, simbolizando o descontentamento da elite financeira, ou uma reportagem especial da revista “Época” questionando a conduta suspeita do interino.

Quanto ao Acre, não esperem que os políticos amigos dos delatados por Sérgio Machado (leia-se Flaviano Melo, Eliane Sinhasique, Márcio Bittar, Petecão, Major Rocha, Jéssica Sales, Wagner Sales) venham a público desmentir o que o ex-diretor da Transpetro afirmou. Afinal, talvez tenham medo de sobrar para eles.

Apenas não esperem, pois não haverá.

* Ermício Sena é presidente Regional do Partido dos Trabalhadores do Acre

 

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