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Famílias já estão acampadas no hall da Assembleia Legislativa há cerca de 40 dias

 Acampados há pouco mais de 40 dias no hall de entrada da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), cerca de 60 pessoas continuam cobrando da Secretaria de Habitação e Interesse Social (Sehab) as casas prometidas pelo governo do Estado. A espera pelo imóvel já dura mais de dois anos.

As famílias se ‘mudaram’ para a entrada da casa legislativa no final da segunda quinzena de maio. A maioria dessas pessoas são moradores do Beco do H, no Conjunto Esperança II, que alegam terem sido retirados de seus lares e colocadas no aluguel social. Com os atrasos no pagamento do benefício, acabaram sendo despejados.

Sem ter para onde ir, essas famílias invadiram as casas populares localizadas no bairro Rui Lino, mas, devido à terceira fase da ‘Operação Lares’, na qual investiga a venda dessas residências em um esquema fraudulento, foram retirados pela polícia.

O jornal A GAZETA conversou com alguns dos acampados na Aleac. Entre os pontos relatados por essas famílias, o mais destacado foi constragimento de estarem morando na rua.

Para Davi Souza de Melo, de 26 anos, o sentimento é de tristeza. “Nunca imaginei que fosse passar por uma situação tão desagradável como essa. Deixei minha casa com  a promessa de receber outra e até o momento o que recebi foi apenas vagas respostas”.

As famílias afirmam que permanecerão em frente ao parlamento estadual até que o problema seja resolvido. “Só sairemos daqui se for para a nossa casa. Tiraram-nos de nossos lares, nos colocaram em um aluguel social, porém, não cumpriram com a parte deles que seria o pagamento. Tivemos que passar pelo vexame de sermos expulsos. Quem nos representa?”, questionou Davi ao relatar ainda que a experiência vivida nos últimos dias tem sido marcante.

“Só queria ter um local legal para morar com minha família, mas devido a um grande descaso de nossas autoridades, hoje estou aqui. O pior é não saber o que aconteecrá no amanhã”, disse.

Quanto à invasão as casa do bairro Rui Lino, Davi pontua que só entrou em um local que em tese já o pertence. “Só vim pegar a minha casa, só isso. Da mesma forma outras famílias o fizeram, mas, infelizmente, nos tiraram do nosso lar. Ao invés de nos darem nossas casas, as venderam. Difícil cobrar uma resposta de pessoas que deveriam nos ajudar, porém, são as primeiras a nos prejudicar”.

Para Lidiane Cavalcante, mãe de três crianças, não dá mais para aguardar a entrega das unidades habitacionais, para a qual ela se inscreveu há mais de quatro anos, e nem para depender de aluguel social. Ela confirmou os atrasos no pagamento do aluguel social.

Assembleia Legislativa

Logo após se instalarem nas dependências da Assembleia Legislativa, os manifestantes foram recebidos pela Comissão de Direitos Humanos e a de Serviços Públicos da Aleac. Participaram também do encontro, representantes do Ministério Público Estadual (MP), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Secretaria de Estado de Habitação e de Interesse Social (Sehab).

Na oportunidade, a secretária da Sehab, Janaína Guedes, destacou que o governo buscado atender a demanda dos moradores, mas que não teria como estipular uma meta para a  entrega das casas, uma vez que eles dependem de recursos enviados pelo Governo Federal.

“O governo tem, sim, a sensibilidade de entender esse momento e a necessidade das pessoas. Mas estamos enfrentando uma série de problemas, o Conjunto Andirá, que é para onde essas famílias serão encaminhadas, ainda não foi entregue em função de repasses federais e para que as obras sejam retomadas precisamos dessa verba,” argumentou ao negar ainda a informação de que o aluguel social estaria sendo pago com atraso.

A secretária disse que o órgão convidou os moradores a retornarem para as residências que ocupavam até a conclusão do residencial, porém, a proposta foi recusada pelos moradores.

Quanto a possibilidade de retornar ao aluguel social, Davi afirma que a está fora de cogitação. “Nenhuma das famílias que estão acampadas aqui possuem a intenção de voltar para o aluguel social. Eles dizem que pagam, mas não pagam. Temos como provar que naõ pagam. Repito: só sairemos do hall da Aleac se for para a nossa casa em definitivo”.

Falta de recurso

A secretária informou ainda, durante a reunião, que as obras do Residencial Andirá, local para onde serão direcionadas essas famílias, estão paradas por falta de recurso. “Foram explicadas as dificuldades que estão sendo enfrentadas pelo governo do estado para concluir o Loteamento Andirá. São recursos federais que precisamos receber para concluir as obras e direcionar essas famílias para essas casas”, relata.

Em relação ao assunto, Davi diz entender que a falta de recursos impede o término da obra, porém, questinou o porque não foram direcionados para outro residencial. “Já que está faltando dinheiro para terminar de construir o residencial Andirá, poderiam ter nos direcionado para outro ligar. Vendarem casas no bairo Rui Lino. Porque não nos deram elas?”, destacou.

Politicagem

  Uma das questões que mais tem incomodado essas famílais são as afirmações de que suas ações não passam de polticagem.

Davi afirma que nenhum dos acampados possuem a intenção de fazer policitagem com um assunto que consideram tão sério. “Dizem que estamos fazendo politicagem. Uma pena que fala sem conhecimento de causa. Quem é que vai sair de sua casa e vem se acomodar na entrada da Assembleia por policitagem?”, questinou.

Para Davi, esta afirmação seria uma desculpa para encobrir o que ele classifica como descaso. “O que acontece na verdade  é um grande descaso conosco. Como nihuém quer assumir a responsabilidade, então, é mais fácil nos culpar e nos acusar de querer criar tumultos e agir com politicagem. Não estamos aqui nos fazendo de vítimas. Somos vítima ”, disse.

Reunião com Ministério Público

Davi aponta que já ocorreram quatro reuniões com o Ministério Público do esatdo do Acre. Um dos pontos cobrados aolongo dos encontros foi o documento pela Caixa Econômica Federal que confirma onde as famílias serão alocadas.

“A Sehab diz que esse documento estar de posse da Caixa Econômica, porém, o banco diz que é a Sehab quem tem o papel. Quem diz a verdade? A Sehab diz que vamos para o Residencial Andrá, mas ,a prineira reunião que tivemos na Aleac não foi isso que disseram. São informações desencontradas. Tem gente que espera a casa desde 2009 e cada dia que passa chega mais gente aqui cobrando o imóvel que foi prometido, mas nunca chegou”.

Presidente da Alec

Por fim, Davi ressaltou o tratado dispensa a eles pelo presidente da Assembleia Legislativa do Acre. “Se tem uma pessoa que tem nos tratados com imenso respeito é o presidente Ney Amorim. Desde que chegamos aqui ele tem sido bom conosco. Tem nos escutado e buscado nos ajudar”.

Ele pontuou que ao longo da última semana ocorreu uma reunião no qual o presidente da Aleac destacou as medidas que estavam sendo tomadas para resolver o problema. “O Ney Amorim disse que iria conversar com a secretária de Habitação e com o Ministperio Público para saber realmente par onde vamos. Só queremos uma resposta. Nguém fala nada. Já chega de tanta humilhação, sofrimento e dúvida. Queremos que nos respeitem. Somos também seres humanos”, finalziou.

FOTO MARCELA JANSEN
Davi Souza de Melo

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Fotos/ A GAZETA
Fotos/ A GAZETA

 

 

 

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