Para garantir que medidas sejam adotadas em relação ao abastecimento de água e ao controle de incêndios florestais, além de receber apoio direto de órgãos federais, o Governo do Acre deve assinar o decreto de situação de emergência por conta da seca nesta quinta-feira, 7.
Anunciou a chefe da Casa Civil, Márcia Regina, durante entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 6, na Sala de Situação da Força-Tarefa 2016, instalada no Corpo de Bombeiros, em Rio Branco.
O plano de ação de emergência está sendo traçado pela Defesa Civil Estadual e Municipal e demais órgãos ambientais das esferas federal, municipal e estadual. Márcia Regina detalhou os pontos que norteiam o decreto.
“Estamos passando por uma situação grave, em decorrência da seca do Rio Acre, que impõe medidas com relação ao abastecimento e aos incêndios florestais. Estamos trabalhando o decreto para que as ações emergenciais, inclusive com apoio do governo federal, sejam tomadas. Precisamos correr contra o tempo, porque o período mais crítico será setembro”, falou a chefe da Casa Civil.
O nível do Rio Acre está em 1.88 metro e segundo a Defesa Civil é o nível mais baixo em 11 anos. Vale ressaltar que na seca de 2005, o nível do manancial estava em 2.30 metros.
Marcia Regina comentou que as brigadas de incêndio que o Ibama tem serão fortalecidas por meio de ações do Ministério do Meio Ambiental. Um engenheiro hídrico chagou ao Estado enviado pela Agência Nacional das Águas.
O diretor-presidente do Depasa, Edvaldo Magalhães, destacou que todas as medidas para manter o abastecimento estão sendo tomadas, e alertou a população quanto ao desperdício de água.
“O investimento em equipamentos para garantir o abastecimento pode ser insuficiente. Por isso, o combate ao desperdício neste momento ganha uma força significativa, e a gente precisa da solidariedade das pessoas. Vamos atuar com uma campanha educativa, pois a água que se joga na rua ou deixa vazar pode faltar não apenas para o vizinho, mas para o bairro inteiro”, alertou Magalhães.
Queimadas preocupam autoridades
Segundo o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, a quantidade de queimadas registradas hoje está bem acima da registrada no mesmo período em 2015.
“Isso mostra que a população continua queimando tanto na zona urbana quanto na rural. A grande preocupação nesse período é referente as doenças causadas pela fumaça nas pessoas idosas e crianças. Na área urbana, temos o problema da saúde. As pessoas queimam entulhos que emanam gases tóxicos e as pessoas passam a noite inalando”, alertou o coronel.
Corpo de Bombeiro realiza ações de capacitações com os produtores rurais e equipes do Exército Brasileiro, além de palestras nas escolas desde o final do mês de março para fazer o enfrentamento nesse período crítico.
Segundo o Ciosp, 80% das chamadas registradas durante esse mesmo período do ano passado, foram relacionados às queimadas urbanas. Moradores aproveitam o término do horário de expediente de fiscalização, após as 18h, para atear fogo nos entulhos.
Com o propósito de prevenir e combater os focos de queimadas, governo do Estado e Prefeitura de Rio Branco lançaram no início do mês o Plano de Prevenção Controle Combate de Desmatamento e Queimadas.
O documento contém as ações que serão desenvolvidas pelas instituições públicas, durante o período de estiagem, para conter as queimadas urbanas e rurais. O Plano consolida a estratégia de gestão territorial de maneira sustentável, que assegure uma redução significativa do desmatamento e queimadas em todo o estado.
