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Médico realiza pesquisa sobre saúde dos trabalhadores na Amazônia

 O médico do trabalho Renê Mendes, com mais de 45 anos de experiência na área, veio ao Acre começar seu novo projeto de pesquisa. O estudo aborda a saúde dos trabalhadores na Amazônia, sobretudo em Rondônia e no estado acreano.

A ideia é analisar a saúde dos trabalhadores em alguns períodos históricos como, por exemplo, a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o ciclo da borracha, em que milhares de seringueiros trabalhavam sem as mínimas condições de trabalho.

“Eu tenho uma preocupação essencialmente histórica, não somente curiosidadedo que aconteceu. Mas devemos conhecer a historia, para que os mesmo erros não se repitam. Os trabalhadores sempre estiveram à margem de tudo. Muita gente morreu e adoeceu e eu estou em busca de possíveis temas e colaboradores”, contou o pesquisador.

Mas, você sabe qual o objetivo da medicina do trabalho? O Dr. Renê explica que a finalidade dessa especialidade médica é proteger os trabalhadores e garantir a segurança durante serviço.“O trabalho, que é um determinante de saúde, não deve se tornar motivo de sofrimento e morte. Esse é um trabalho essencialmente preventivo e protetor”.

O pesquisador esclarece que a proteção durante o trabalho a qual se refere, não está ligada ao uso de equipamentos como capacetes ou botas, mas as mudanças no ambiente de trabalho.  “Quando o trabalhador adoece por causa do trabalho é porque o ambiente de trabalho está doente. As pessoas adoecem fisicamente e mentalmente”, explicou.

Condições de trabalho no Acre

Segundo o pesquisador, as condições de trabalho em frigoríficos e na construção civil no Brasil são muito ruins, sobretudo no Acre. “As condições de trabalho são péssimas de modo geral. As pessoas estão adoecendo porque fazem trabalhos repetitivos em ritmos muito elevados e em ambientes insalubres como, por exemplo, o frio dentro dos frigoríficos”.

Renê Mendes destaca que no estado a média anual de mortes por acidente de trabalho é de 8 a 10 pessoas. “Essas são as formalmente registradas. Mas, se você trouxer para a estatística os acidentes de motos, seja de acidentes de trabalho ou no percurso de ida e volta do serviço, o número cresce alarmantemente”, concluiu.

A Gazeta do Acre: