Pela terceira vez, o serviço de mensagens instantâneas de WhatsApp foi bloqueado em todo o país. As operadoras de telefonia celular começaram a fazer o bloqueio na tarde desta terça-feira, 19, cumprindo determinação da Justiça do Rio de Janeiro. Ainda não há previsão para normalizar o serviço.
De acordo com a Justiça, o WhatsApp descumpriu decisão judicial de interceptar mensagens trocadas pelo aplicativo em uma investigação criminal. A medida é da juíza Daniella Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias.
Em defesa, o Facebook, que é proprietário do aplicativo de troca de mensagens, alegou não poder cumprir a decisão porque as mensagens são criptografadas e, portanto, não podem ser acessadas. Desde abril deste ano, o WhatsApp começou a adotar este recurso de segurança.
A empreendedora, Danny Castro, publicou um desabafo em sua página de Facebook. Ela afirma que 98% das suas vendas são realizadas através do aplicativo e, consequentemente, a suspensão do serviço prejudica seu faturamento diário.
“Tanta coisa útil e que realmente vai fazer a diferença em nosso Brasil pra você (juíza) se preocupar. Você sabia que hoje o WhatsApp é um meio de muita gente ganhar a vida honestamente e que minhas vendas são 98% feitas via WhatsApp?”, questionou.
O diretor executivo do aplicativo, Jan Koum, considera “chocante” a decisão judicial que tirou o aplicativo do ar. Em sua página de Facebook ele afirmou que a empresa está trabalhando para reestabelecer o serviço no Brasil.
“É chocante que menos de dois meses depois que o povo brasileiro e legisladores rejeitaram o bloqueio dos serviços como WhatsApp, a história se repete. Como antes, milhões de pessoas são desconectadas de amigos, entes queridos, clientes e colegas hoje, simplesmente porque estamos sendo questionados por informações que não temos”, disse.
Em nota, nesta terça-feira, 19, o WhatsApp disse que considera a determinação judicial uma ameaça à capacidade das pessoas se comunicarem e diz que espera ver o bloqueio suspenso tão logo possível.
Histórico – O aplicativo, que pertence ao Facebook, havia sido bloqueado em dezembro de 2015, também devido a uma investigação criminal. Porém, a decisão não durou 48 horas. Em fevereiro deste ano, um juiz do Piauí pediu o bloqueio do WhatsApp, mas a decisão foi suspensa por um desembargador do Estado, após analisar o mandado de segurança impetrado pelas empresas de telecomunicações.
Essa é a terceira vez que o WhatsApp é suspenso no país.