Comprometida em proporcionar educação de qualidade e contribuir para o crescimento de novos profissionais, a Uninorte passa a contar em seu quadro docente, com a atuação de mais três professores aprovados no curso de Doutorado em Biodiversidade pela Ufac. Além dos novos doutores, a instituição conta também com diversos mestres em distintas áreas do conhecimento.
A busca por descobertas oriundas das plantas não é de hoje. E a Amazônia possui um bioma completo para estudos e descobertas, notadamente relevantes à comunidade de saúde de todo o mundo. A coordenadora do curso de Odontologia, professora e, agora Doutora da Uninorte, Maria do Carmo Moreira de Miranda, apresentou a tese “Potencial antimicrobiano de Carapa Guianensis Aublet para a produção de medicação intracanal radicular contra Enterococcus Faecalis”. Miranda estudou a Andiroba (Carapa Guianensis Aublet) voltada para a produção de medicação intracanal radicular, que evita a proliferação de microorganismos no dente.
Segundo a coordenadora de Odontologia, foram analisados 248 fungos endofíticos (organismos que vivem em associação simbiótica com plantas e podem conferir benefício a elas) dos quais 10 apresentaram atividade antibacteriana in vitro. “Os resultados mostraram uma grande diversidade de fungos endofíticos associados à Carapa guianensis, além de ter sido observada a produção de compostos antibacterianos frente à Enterococcus faecalis, uma bactéria que pode causar graves infecções. Atualmente há um grande interesse pela pesquisa de produtos naturais, tendo na Amazônia uma rica biodiversidade de espécies vegetais, dentre estas, podemos citar a andiroba que é utilizada para o tratamento de diversas enfermidades”, explicou Miranda.
Já a pesquisa realizada pelo professor Leandro Baginski, intitulado “Análise de alcoolemia em amostras biológicas post-mortem para uso forense no Estado do Acre”, abordou o uso do álcool e sua relação com as mortes não naturais. O professor doutor explica que essa substância é muito consumida e quase sempre relacionada a várias doenças, agravos ou ainda à violência, tendo uma importante contribuição para os danos à segurança pública.
“Seu uso abusivo pode contribuir para a mortalidade prematura e está relacionado a inúmeros problemas sociais, familiares, financeiros e jurídicos, dessa forma, não deve ser tratado como um produto inócuo, sujeito apenas aos valores econômicos. As consequências de seu uso devem estar desassociadas dos meios de detecção e interpretação dos resultados analíticos, uma vez que as investigações toxicológicas dependem dessa certeza”, disse Leandro Baginski.
Outro trabalho considerado de grande relevância para a área do Meio Ambiente foi apresentado pela professora Márcia Elisabete Parazi Morseli, com o título “Implicações sanitárias e genéticas como elementos de estudo para reintrodução da Podocnemis expansa na natureza”. O trabalho analisa os aspectos sanitários, como hemograma, contagem de leucócitos totais e de proteínas totais que evidenciam o estado de saúde e consequentemente, se os animais estão recebendo boa alimentação. O fator genético foi outro ponto explorado na pesquisa.
“Animais com alta variabilidade genética são capazes de sobreviver às mudanças climáticas e geográficas e assim permanecer na natureza. Os animais estudados apresentaram boa condição de saúde e alta variabilidade genética, e por isso, são candidatos à reintrodução. Este trabalho é importante porque estuda uma forma de conservar a biodiversidade, através da reintrodução de animais saudáveis na natureza”, explica Márcia Elisabete Parazi Morseli.
Os professores foram aprovados no Doutorado em Biodiversidade da Rede de Biologia e Biotecnologia da Amazônia Legal, por meio do Programa de Pós Graduação (PPG) em Biodiversidade e Biotecnologia pela a Ufac. O PPG-Bionorte é baseado no tripé que envolve a Biodiversidade, a Biotecnologia e Conservação. O programa tem a convicção de que o melhor conhecimento da biodiversidade contribuirá para o desenvolvimento da biotecnologia e que ambas serão extremamente importantes para a conservação do Bioma Amazônico.
Os profissionais da Uninorte fazem parte do núcleo intelectual e científico que contribui para o desenvolvimento educacional dos acadêmicos bem como sociedade em geral através da dedicação a pesquisa e aplicação práticas de suas descobertas.