Indignados por ainda estarem morando no hall da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), as famílias acampadas no Poder Legislativo realizaram na manhã de quinta-feira, 18, uma manifestação cobrando uma resposta do Governo do Estado quanto à entrega das casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida.
Algumas das famílias que se encontram acomodadas na entrada do parlamento estadual alegam terem sido despejadas de suas residências devido ao atraso no pagamento do aluguel social. A maioria dos moradores é do Beco do H, no Conjunto Esperança.
Parte da Avenida Getúlio Vargas e da Rua Arlindo Porto Leal foram interditadas com os utensílios domésticos dos próprios manifestantes. O protesto durou cerca de uma hora e causou pequeno tumulto no Centro da cidade. O trânsito voltou a sua normalidade após a chegada da Polícia Militar e de agentes de trânsito.
A dona de casa Joseana Braga frisou que teme pela integridade física das famílias que se encontram alocadas na Aleac. Ela relatou que durante a madrugada de quinta-feira, 18, eles teriam sido ameaçados por vândalos que tentavam atear fogo ao Palácio de Rio Branco.
“Claro que estamos preocupados com toda essa situação. Estamos dormindo ao relento e com o risco de acontecer algo com qualquer um de nós. Essa noite mesmo vimos alguns homens tentado colocar fogo no Palácio de Rio Branco. Começamos a gritar e eles foram embora, mas antes disso nos ameaçaram. Ficamos apreensivos”.
Ela afirmou que novas manifestações podem ocorrer caso uma resposta não seja dada por parte do governo. “Não estamos aqui por brincadeira. Precisamos de um local para morar. O que desejamos é que entendam que estamos correndo risco de vida, ficamos sem segurança nenhuma, passando frio e necessidades ali junto com os nossos filhos. Se nós ainda não saímos é porque não temos para aonde ir. Ninguém fica no relento por capricho”, disse.
Raimunda Souza, por sua vez, questionou o que ela classifica como descaso das autoridades do Estado. Ela lamentou o fato de estar morando há cerca de três meses na ‘rua’. “São três meses, e não três dias. Isso é triste. É humilhante. Há anos que nós aguardamos ser sorteados. Estamos aqui há 90 dias e até hoje não tivemos nenhuma resposta de quando receberemos nossas casas. Somos até ameaçados de todos os jeitos. A única coisa que queremos é um local para morar”.
O protesto encerrou-se após a Secretaria de Articulação Institucional (SAI) garantir que realizaria uma reunião entre o governo e os manifestantes.