Rio Branco teve uma madrugada de atentados nesta quarta-feira, 17. Segundo a Polícia Civil, os crimes são em represália à morte de um rapaz de 18 anos, em troca de tiros com a Polícia Militar, após um assalto nesta terça-feira, 16.
O maior alvo dos criminosos foi à sede da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), localizada no Parque Capitão Ciríaco. O presidente da FGB, Sid Farney, afirma que o incêndio criminoso aconteceu por volta de 1h30 e resultou na perda total do acervo histórico referente ao município.
“Foi um incêndio criminoso. Apareceram quatro pessoas encapuzadas, renderam o vigia e começaram a derrubar tudo, jogaram gasolina e atearam fogo. Esse evento não pode ser um incidente”, disse.
Farney destacou que não houve furto de nenhum item na sede do órgão. “A intenção era destruir o patrimônio”, ressaltou.
Ao todo, mais de 10 itens – entre jornais, revistas, fotografias e documentos – foram destruídos pelo fogo. Apesar da maioria do acervo estivesse digitalizado, o HD com o material também estava no local.
“Nós não calculamos ainda o prejuízo estimado em valor real, mas o prejuízo em valor histórico e cultural é muito grande. Tínhamos um acervo da evolução do município de Rio Branco desde 1995 até agora. Nós vamos esperar a perícia e tentar recuperar alguma coisa dos computadores, o que é pouco provável”.
Incêndios criminosos
O Corpo de Bombeiros informou que cerca de cinco incêndios foram registrados de forma articulada, sobretudo em locais ligados à Segurança Pública.
Além do Parque Capitão Ciríaco, a antiga Delegacia de Flagrantes (Defla), a delegacia da 5ª Regional, o box da PM no Tancredo Neves e a sede da Associação de Praças do Corpo de Bombeiros também foram alvos de ataques.
No total, a Polícia Militar contabilizou nove ocorrências que têm relação com os atendados. Além dos incêndios, alguns agentes de segurança tiveram suas casas atacadas por criminosos.
O secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, afirma que nenhum evento relacionado com os atentados foi registrado após a madrugada. No entanto, seis pessoas foram presas acusadas de participarem dos atos. Destas, três prisões foram durante a madrugada desta quarta-feira, 17.
“Hoje cedo prendemos mais três pessoas com 108 quilos de maconha que têm relação com o evento. Nesse momento estamos fazendo uma operação para prender outras pessoas envolvidas”.
Entenda o caso
O que supostamente desencadeou os atentados foi à morte de um rapaz de 18 anos, Macio Pires Teles do Nascimento. Ele foi morto na tarde desta terça-feira, 16, durante troca de tiros com a polícia no bairro Vila Acre. De acordo com o Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp), Macio e um menor de idade fizeram uma família de refém e, durante a fuga, a dupla teria atirado contra a PM, que revidou.