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Crise hídrica: União reconhece estado de emergência em 9 cidades acreanas

 Devido à severa seca que atinge o Acre, o Governo Federal reconheceu a situação emergência, decretado pelo governador do Acre, Tião Viana, ainda em julho. No documento, nove cidades devem receber recursos federais. Devido ao processo de vazão acelerado, o abastecimento de água em Rio Branco é um dos pontos principais do decreto.

Na manhã desta quinta, 4, o manancial registrou a marca de 1,41 metro, em Rio Branco, segundo medição realizada pela Defesa Civil. Este é o menor nível já registrado desde a série histórica de 1970.

No decreto, as cidades de Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Bujari, Epitaciolândia, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco e Xapuri devem receber, a partir do reconhecimento, recursos federais para recuperação das áreas atingidas pela seca.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, George Santos, não chove na capital acreana desde o dia 7 julho e a perspectiva é que a situação continue no mês de agosto. Em julho, choveu apenas 5,6 milímetros, o que representa apenas 15% da média esperada, 32 milímetros.

Os rios em outras partes do Estado também estão com seus níveis baixos. O Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, marcava 4,33 metros. No município de Feijó, o Rio Envira está com 3,69 metros a. E em Cruzeiro do Sul, o Rio Juruá marcava 2,58 metros.

De acordo com o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), o trabalho de captação e tratamento de água continua normal, com esforços diários pelo Governo do Estado para manter a distribuição principalmente em Rio Branco.

Todos os dias novas ações são realizadas para melhorar a captação de água, instalando bombas em flutuantes e abrindo novos acessos de captação.

Ainda assim, o governo prevê que entre 10 a 15 dias, a seca do Rio Acre na Capital possa chegar a 1,25m, a medida que anteriormente foi considerada para o ápice da seca.

Sem previsão de chuvas para os próximos 45 dias, queimadas preocupam

Segundo as avaliações do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), não há previsão de grandes volumes de chuvas pelos próximos 45 dias no Acre. De acordo com o presidente do Imac, Paulo Viana, confirmou que as equipes já estão orientadas que se algum flagrante de queimada for identificado o autor deve ser levado para a Delegacia de Polícia.

“Também serão emissão dos autos de infração que também devem ser encaminhados ao Ministério Público Estadual para as devidas ações criminais sejam realizadas”, destacou Viana.

O Imac contabiliza que em todo o Estado, 30 pessoas já foram penalizadas, que somadas chegam a R$ 100 mil em multas. O Corpo de Bombeiros recebe apenas em Rio Branco 50 chamadas por dia e já foram registrados mais de 500 focos de calor em todo o Acre.

Até agora, o déficit de chuvas no último trimestre é de 400 milímetros no Acre. Com isso, todo o estado está com alta criticidade de incêndios, e apenas Cruzeiro do Sul, Jordão, Porto Walter e Xapuri não estão com seus rios em níveis críticos.

Os crimes ambientais estão sendo fiscalizados, e os responsáveis, autuados, como previsto em lei. Operações de fiscalização e repressão são realizadas em todo o estado diariamente pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).

A Gazeta do Acre: