A onda de vandalismo ao patrimônio público, ocorrida ao longo da semana, foi a principal pauta de debate na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na sessão ordinária de ontem, 18. Deputados da situação e oposição comentaram sobre os ataques ocorridos nas noites de terça e quarta-feira.
O oposicionista Luis Gonzaga (PSDB) sugeriu a realização de uma audiência pública com todos os órgãos que compõem a Segurança Pública do Estado para tratar sobre as medidas a serem adotadas para combater o crime organizado no Acre.
“Estou solicitando uma audiência pública para junto com toda a cúpula da Segurança Pública debater quais medidas estão sendo adotadas para combater o crime organizado. A população está com medo de sair às ruas. Precisamos dar uma resposta à sociedade o mais rápido possível”, disse.
Ele conclamou o Poder Legislativo a intensificar os debates em torno do assunto. “Esta Casa tem um papel importante para ajudar no combate à criminalidade. Precisamos unir forças para combater as ações criminosas no nosso Estado”, disse, ao comentar ainda sobre a possibilidade de pedir ajuda a Força Nacional.
“Precisamos encontrar ferramentas para combater o avanço da criminalidade. Isso não pode e não deve continuar. Se não têm a capacidade para combater os criminosos, convoquem a Força Nacional, a Polícia Federal, o Exército, mas algo deve ser feito”, disse.
O deputado Jairo Carvalho afirmou que o momento pede à união dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. “Alguns delinquentes estão tentando aterrorizar a população. Nosso Estado é pequeno. Não temos favelas como o Rio de Janeiro, então, essa é a hora de nos unirmos para combater o vandalismo, mas precisamos ter responsabilidade para não apavorar a população. Eu acredito no serviço sério da polícia do Acre, que já contornou situações semelhantes”.
O líder do governo, deputado Daniel Zen (PT), por sua vez, ressaltou que a Secretaria de Segurança Pública tem trabalho para combater a criminalidade no Acre. Ele pontuou as ações desenvolvidas nas duas últimas noites para evitar novos ataques ao patrimônio público e, consequentemente, proteger a população.
“O governo deste Estado tem um compromisso com cada cidadão. Não existe essa conversa de que ele ou a Secretaria de Segurança não tem agido no sentido de evitar o crescimento do vandalismo no Acre. Tem-se trabalhado duro nesta pasta e isso ninguém pode negar. Os números estão para provar”.
Ele comentou sobre a entrevista coletiva dada pelo secretário de Segurança, Emylson Farias, na manhã de ontem, 18, no qual informou acerca das ações desenvolvidas durante a madrugada.
“De terça-feira para quarta-feira houveram 13 ataques tentados e cinco consumados. De ontem para hoje foram sete ocorrências tentadas e apenas três consumadas, somente aqui na capital. A ação das polícias e do Exército reduziram as ações e resultaram em 28 presos nas últimas 48 horas, todos envolvidos nos ataques”, afirmou.
Quanto ao episódio ocorrido no município de Senador Guiomard, onde foi ateado fogo em um caminhão tanque, um caminhão reboque, um caminhão pequeno e seis ônibus, o líder do governo disse que o prefeito não teria atentado para as orientações de segurança repassadas pelo Estado.
“Não houve toque de recolher, porém, o Estado repassou algumas medidas de segurança a serem adotadas em situações delicadas como esta, infelizmente, em Senador Guiomard o prefeito não tomou os devidos cuidados, não seguindo as orientações, principalmente para manter os ônibus nas delegacias”.
Em nota, o prefeito James Gomes afirmou que a prefeitura de Senador Guiomard não teria recebido ‘nenhum alerta de segurança formal ou tão pouco informal por parte das autoridades de segurança do estado’.