Aos 55 anos, Maria Avelino não para. Musculação, aeróbica e dança fazem parte da rotina da funcionária pública que, há 10 anos, convive com o diagnóstico de fibromialgia. “O exercício já faz parte da minha vida. Não sei mais viver sem atividade física”, diz ela, que é assídua frequentadora do Laboratório de Exercícios Físicos Resistidos e Aeróbicos (Labefra), da Universidade Federal do Acre (Ufac).
“Eu não falto. Toda segunda, quarta e sexta, o compromisso é aqui. Ter essa academia pertinho e de graça foi fundamental para a melhoria da minha qualidade de vida”, avalia a moradora do conjunto Tucumã, que já fazia parte de programas da universidade ofertados à comunidade e, há um ano e meio, é beneficiada, também, pela academia de musculação, que passou por uma reforma recente. O espaço ganhou nova pintura, instalação de forro e climatização.
Em quase três anos, a capacidade média de beneficiados na academia duplicou. Passou de cem para 200 pessoas, que podem frequentá-la até cinco vezes por semana. Para tanto, é necessário efetuar um cadastro organizado por uma lista de espera, dividida em categorias: estudantes (607 já convocados), servidores (260 já convocados) e comunidade externa (59 convocados) — veja lista completa de espera. O desligamento das atividades dá-se por iniciativa própria ou controle de falta. “Atualmente, o cadastro de discentes e comunidade externa conta com lista de espera, mas já conseguimos zerar a lista dos servidores”, diz o coordenador do laboratório, Miguel Júnior Sordi Bortolini.
Igor Martins, 29, é um desses servidores. Ao tomar posse na Ufac, há um ano e meio, o assistente administrativo realizou o cadastro e, um mês depois, foi contemplado. “Tenho um histórico de obesidade e doença cardiovascular que me ‘obriga’ a fazer atividade física”, justifica ele, que, aos 26 anos, com 106 quilos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e mudou radicalmente de hábitos. “Hoje, eu me alimento melhor e incorporei a academia à minha vida. Na Ufac, com a academia à disposição, pude retirar um peso do orçamento, com a vantagem de sair direto do trabalho para a academia.”
O Labefra fica aberto das 14h às 20h, com pico de procura no intervalo entre 16h e 19h. O espaço funciona no bloco de Educação Física e conta com uma servidora (área administrativa); três bolsistas (um de Nutrição e dois de Educação Física) e seis voluntários (quatro de Medicina e dois de Educação Física). De acordo com o coordenador, não houve procura de discentes de Psicologia para serem voluntários.
“Exercício não é somente estética, é saúde. Ainda há uma demanda represada, mas trabalhamos constantemente para oferecer o serviço da melhor maneira possível”, completa Bortolini.