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Servir de exemplo

A conduta ética e técnica do juiz da 3ª Vara da Justiça Federal no Acre, Jair Araújo, nesta sentença que inocentou empresários e um secretário estadual, investigados na chamada Operação G-7, deveria servir de exemplo para outros agentes e operadores do Direito que se transforaram, nos últimos tempos, em “justiceiros” midiáticos, pisoteando os mais elementares princípios do Direito e da própria Constituição.

Conduzindo e analisando o processo de forma técnica e discreta, longe dos holofotes, o magistrado chegou à conclusão que as provas apresentadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, baseadas em um depoimento ou delação, para usar um termo em voga, eram inconsistentes e absolveu os investigados.

A questão que se coloca agora é quem vai ressarcir os danos morais, psicológicos e mesmo financeiros que esses empresários e secretário tiveram ao longo desse processo, fartamente, explorado pela mídia.

Poderiam até recorrer à Justiça, mas isso não atenuaria o linchamento a que foram expostos por conta de um comportamento inaceitável e condenável de alguns agentes públicos que estão abusando de suas prerrogativas com outros fins, alguns deles escancaradamente políticos. Que se combata sempre a corrupção, mas de acordo com a lei.

 

 

A Gazeta do Acre: