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Greve dos bancários completa 22 dias e nova rodada de negociação deve ocorrer nesta terça-feira, 27

 De braços cruzados. É assim que os bancários aguardam uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Em greve há 22 dias, a categoria recebeu duas propostas. Nesta terça-feira, 27, o Comando Geral e Fanaban realizam mais uma rodada de negociação.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Acre (Seeb-AC), Edmar Batistela,a última proposta foi de um aumento de 7% na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.

“Essa oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário”, explicou o presidente.

Segundo informações do balanço do sindicato, 49 agências fecharam as portas. O número representa 80% do total.

Nesta segunda-feira, 26, quando os bancários chegaram ao 21º dia de greve, 13.420 agências e 33 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 57% das agências de todo o Brasil.

Batistela explicou ainda que a greve é uma resposta à proposta rebaixada da federação dos bancos (Fenaban) de 6,5% para reajustar salários, PLR, vales e auxílios, e abono de R$ 3 mil a ser pago em uma única vez, sem incidência em férias, 13º, FGTS, previdência. Todas as demais reivindicações, como proteção ao emprego, foram respondidas pelos bancos com um sonoro não.

“Sabemos dos transtornos do movimento grevista, principalmente para o setor financeiro e para a população que não é atendida. Tentamos dialogar com os banqueiros, mas, infelizmente, não houve avanços nas negociações. Os banqueiros têm como atender nossas reivindicações. Somente no primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos do Brasil tiveram lucro de R$ 15 bilhões”, salientou o presidente.

Ele também falou sobre os meios alternativos que devem ser usados durante o período de greve. “Os caixas eletrônicos, mesmo abarrotados de gente devem ser utilizados, pois não haverá outra forma de atendimento ao público; além dos correspondentes bancários; internet Banking e Telebanco. Caso não consiga realizar outras transações financeiras, o cliente tem que procurar o Procon para registrar uma reclamação”, advertiu.

Reivindicações

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação, além de participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, mais R$ 8.317,90 fixos para todos.

A categoria quer também piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Outra importante reivindicação diz respeito aos vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Além disso, os trabalhadores do ramo financeiro ainda querem melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral. Garantia do emprego, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas fecha.

A Gazeta do Acre: