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Justiça Eleitoral terá ‘logística de guerra’ no pleito de 2016

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, não é exagero dizer que a realização de eleições informatizadas demanda verdadeira “logística de guerra” para que todo eleitor possa exercer seu direito constitucional de escolher seus representantes.

Para tanto, a contribuição das Forças Armadas e da Polícia Militar muitas vezes não se restringe ao reforço da segurança do processo eleitoral em áreas conflagradas.

Acordos de cooperação firmados com a Justiça Eleitoral permitem que seu efetivo e veículos de transporte sejam utilizados na logística, para que as urnas alcancem locais remotos, sem energia elétrica ou sinal de internet, como aldeias, terras e reservas indígenas, seringais, comunidades quilombolas, assentamentos e regiões ribeirinhas amazônicas ou litorâneas.
Modernos equipamentos portáreis de transmissão via satélite providos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aos Tribunais Regionais permitem o envio dos votos registrados nas urnas com segurança aos centros de totalização. São os Serviços Móveis de Comunicação Via Satélite (SMSATs), equipamentos que transmitem por telefone via satélite os dados das urnas eletrônicas aos centros de totalização.

Nas eleições municipais deste ano, serão pelo menos 1.287 locais remotos, em 17 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Tocantins).
Veículos traçados, embarcações e helicópteros garantem o transporte das urnas a essas localidades, que são selecionadas em virtude da distância, do difícil acesso e da escassez ou inexistência de sistemas capazes de promover comunicação rápida e de qualidade para a transferência de dados. Em muitas regiões, as péssimas condições das estradas exigem a utilização de transporte aéreo.

Tecnologia
Para transmitir os votos das localidades de difícil acesso, a Justiça Eleitoral utilizará o sistema de transmissão de dados por meio da internet denominado “JE Connect” e os equipamentos de transmissão via satélite – SMSATs.

Desenvolvido pelo TRE do Tocantins em parceria com outras cortes regionais, o “JE Connect” é um conjunto de sistemas inseridos em mídias, que possibilita o uso de qualquer computador como hospedeiro temporário para a transmissão dos boletins das urnas eletrônicas direto para os sistemas dos TREs.
Apesar de utilizar uma rede de dados pública como a internet, as informações são transmitidas de forma criptografada, garantindo assim a impossibilidade de alteração dos dados e mantendo o sigilo da informação. Geralmente, os dados são transmitidos pelos computadores comuns das escolas utilizadas como seções eleitorais que, por meio de um sistema operacional próprio, são transformados momentaneamente em máquinas da Justiça Eleitoral. O “JE Connect” pode ser transportado em pendrive.

 

A Gazeta do Acre: