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Policia Civil deflagra Operação Êxodo e prende dois assessores parlamentares

  A Operação Êxodo, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 15, pela Polícia Civil, resultou na prisão de 54 pessoas, entre elas, estão líderes comunitários e assessores do deputado federal Wherles Rocha (PSDB-AC). Além de 31 mandados de busca e apreensão.

A assessora formal do deputado federal, Erika Cristina de Oliveira Souza do Nascimento e o marido Mariceudo Silva do Nascimento, conhecido como “Ramosflay”, assessor informal do político foram presos. Eles são acusados de serem responsáveis por organizar reuniões e comandar ataques e outros crimes.

“O Ramosflay é o braço direito do Paulinho Calafate e atuava tanto na convocação de reuniões quanto nos atentados, incêndios e outros crimes. A Érika atuava em conjunto com o marido. A gente está investigando eventual participação e auxílio de parlamentares. Hoje a gente sabe que as organizações criminosas tendem a tentar levantar candidaturas”, explicou o delegado Alcino Júnior.

Érica Cristina é lotada no gabinete do deputado e tomou posse em 27 de junho deste ano. Sobre o Mariceudo, a polícia afirma que ele é um integrante do Comando Vermelho no Acre. Acredita-se que ele seria homem de confiança de Paulinho Calafate, preso pela Polícia Civil semana passada.

Na hierarquia do crime, Paulinho seria o líder da facção, abaixo dele a polícia colocou Júlio Navarrete Quispe, conhecido como “Peruano”, que foi preso no mês de agosto acusado de porte ilegal de arma e tráfico de drogas.

O “Peruano” é proprietário de um bar conhecido como Quiosque da Bruna. A esposa dele, Bruna Vieira da Silva também foi presa na operação e na delegacia se defendeu dizendo que está sendo alvo de perseguição.

Além das prisões, foram apreendidos mais de sete mil reais em espécie, aparelhos eletroeletrônicos e uma moto, um carro, além de 31 aparelhos celulares contendo informações e mensagens em que os criminosos planejavam novos atentados contra o Estado.

De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública, Emylson Farias, a operação é um golpe duro na criminalidade e vai resultar em mais tranquilidade à população.

“É o Estado demonstrando capacidade de força. Nos últimos 40 dias quase 500 prisões foram efetuadas e isso não é pouca coisa. São ações articuladas dentro do presídio, com operação e isolamento de pessoas. Penso que estamos praticando e dando exemplo de ações muito firmes no que diz respeito o combate à criminalidade”, ressaltou Farias.

A 1ª fase da Operação Êxodo investiga pessoas em conflito com a lei que agiam na prática de roubo, homicídio, tráfico, associação para o tráfico, associação criminosa, além de ataques contra patrimônios no Acre registrados em agosto deste ano. Sete das pessoas prisões ocorreram em Cruzeiro do Sul e o restante em Rio Branco.

“São pessoas potencialmente mandantes e executores, que têm relação com os ataques do mês de agosto e que poderiam estar ordenando outros atentados. É importante destacar esse trabalho, que culminou em 95 medidas judiciais, e outras deverão ocorrer. Vamos continuar firmes na defesa da paz social”, destacou o secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela.

Os trabalhos dessa primeira fase são coordenados pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco), em conjunto com o Departamento de Inteligência (DI). As investigações duraram um ano e agora, envolvem mais de 150 agentes de polícia. A investigação durou quatro meses.

“O Ministério Público apoia esse trabalho desde o início e mostra que as instituições ligadas à área de Segurança do Estado estão atuando de maneira célere e eficaz, possibilitando um duro ‘golpe’ contra essa organização criminosa de âmbito nacional”, explica o promotor de Justiça Bernardo Albano Fitterman.

Nota de esclarecimento

A respeito da denúncia contra Mariceudo Silva do Nascimento e Érika Cristina de Oliveira Souza, presos nesta quinta-feira (15), acusados de ter envolvimento com o Comando Vermelho no Acre, o deputado federal Major Rocha (PSDB-AC), vem de público esclarecer que:

1 – O casal trabalhou na campanha de 2014 para a Coligação Aliança Por Um Acre Melhor. Sendo que Mariceudo, popularmente conhecido como Ramosflay, alugou um veículo e sua esposa fazia trabalho de panfletagem;

2 – Em 2016, após um incêndio no bar de propriedade dos mesmos, localizado no Novo Mercado Velho, fato amplamente divulgado pela imprensa de Rio Branco, ambos pediram uma ajuda, enquanto se refaziam do prejuízo causado pelo incidente, e foram atendidos com a contratação de Érika Souza, como assessora parlamentar (informação disponível na Transparência da Câmara Federal);

3 – Ao tomar conhecimento da denúncia, foi solicitado o imediato afastamento da assessora, até que se esclareçam os fatos;

4 – Quanto ao marido da mesma, o parlamentar desconhecia qualquer tipo de envolvimento do mesmo com atos ilícitos ou criminosos e o tinha como um trabalhador, pois este era beneficiário de um box em mercado público municipal.

5 – E por fim, o deputado federal Major Rocha, policial militar reformado, rePostpele veementemente qualquer intenção de relacioná-lo com ações criminosas.

 

Fotos/ Assessoria PC

 

A Gazeta do Acre: