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Polícia Federal realiza Operação Melione prende três prefeitos

 Para desarticular uma organização criminosa acusada de fraudar licitações no Acre, a Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira, 14, a segunda etapa da Operação Labor. Desta vez, denominada Melinoe. Foram cumpridos 13 mandados, sendo 6 de prisão, 6 de busca e apreensão e uma condução coercitiva. Segundo a PF, o prefeito de Plácido de Castro, Roney Firmino, de Santa Rosa do Purus, Rivelino Mota, e de Bujari, Raimundo Ramos, foram presos.

Durante entrevista coletiva na sede da PF em Rio Branco, o delegado e coordenador da operação, Frederico Ferreira, detalhou a forma de ação no processo que causou um rombo aos cofres públicos de R$ 2 milhões. Mas os processos licitatórios fraudulentos totalizam R$ 10 milhões, sendo que a quadrilha não teve tempo de consumar os demais desvios.

Além dos três prefeitos, também foram presos dois pregoeiros, sendo um de Plácido de Castro e o outro de Santa Rosa do Purus, além do secretário de Educação de Santa Rosa.

Na mitologia grega, Melinoe é a Deusa dos Fantasmas. O nome desta fase da operação faz alusão ao pagamento, por parte das prefeituras, de funcionários que não prestavam serviços (‘funcionários fantasmas’).

“Os prefeitos eram o vértice hierárquico da organização criminosa. Querendo desviar o dinheiro público, encontravam um empresário disposto a emitir notas superfaturadas. Faziam um acordo prévio com esse empresário, levavam esse acordo para o pregoeiro, que, juntamente com o prefeito e empresário, forjavam um processo de licitação”, detalhou o delegado da PF e coordenador da operação, Frederico Ferreira.

As investigações apontam que três empresas estavam envolvidas no esquema. Durante a execução, eram expedidas notas fiscais de serviços que não eram prestados e o dinheiro da suposta licitude era entregue em espécie aos prefeitos das três cidades.

“Identificamos também movimentações bancárias, usando um preposto que movimentava o dinheiro para uma pessoa indicada pelo prefeito, para esposas ou até mesmo o próprio prefeito. Teve caso de transferência de R$ 30 mil para um dos prefeitos. Essa dinâmica era aplicada”, esclareceu Ferreira.

Os prefeitos presos devem responder por peculato, falsidade ideológica, organização criminosas e lavagem de dinheiro.

Roney Firmino, prefeito de Plácido de Castro
Roney Firmino, prefeito de Plácido de Castro
Rivelino Mota, prefeito de Santa Rosa do Purus
Rivelino Mota, prefeito de Santa Rosa do Purus
Raimundo Ramos, prefeito do Bujari
Raimundo Ramos, prefeito do Bujari

 

 

 

 

 

 

 

 

Entenda a Operação Labor

A primeira fase da operação Labor, realizada em 12 de julho deste ano, em Rio Branco/AC, visou a neutralização do núcleo econômico da organização criminosa estabelecida nos municípios de Bujari, Plácido de Castro e Santa Rosa do Purus, com a prisão de 4 empresários e o cumprimento de 5 mandados de busca e apreensão em empresas e residências.

São apurados também os crimes de associação criminosa e frustração de direitos trabalhistas. As investigações mostraram um suposto acordo entre empresários, com quatro CNPJ’s que simulavam uma concorrência em processos de licitação para contratar com o poder público. Tais contratos em todas as esferas teriam ultrapassado os R$ 12 milhões.

Governo do Estado emite nota

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