Os trabalhadores dos Correios rejeitaram a proposta apresentada pela empresa durante assembleia realizada na quinta-feira, 8, e aprovaram o indicativo de greve. A proposta consistia em reajuste de 6,74% nos salários enquanto a categoria pede 15%. Na quarta-feira, 14, será realizada uma nova assembleia para decidir se a categoria deve cruzar os braços.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos do Acre (Sintect/AC), Edson Pinheiro, a contraproposta está abaixo das expectativas do trabalhador, e, também, prevê a retirada de direitos já conquistados.
“Quando se trata da retirada de direitos, nós somos completamente contra. E agora integramos a um grupo de outros 26 sindicatos que rejeitaram a proposta da empresa, mantendo o estado de greve e aprovando o indicativo de greve para o próximo dia 14. A retirada de direitos é uma afronta ao trabalhador que tem prestado um serviço com qualidade e eficiência para a população”, destacou o presidente.
De acordo com o vice-presidente do Sintect, Cleyton Nogueira, os trabalhadores esperavam uma proposta melhor.
“A atual proposta não contempla os trabalhadores. Contamos com a compreensão da população nesse momento. Estaremos entrando num período de greve para melhorar o serviço oferecido. Os problemas existentes não são culpa do carteiro ou do atendente. Realmente falta condição de trabalho. Desde 2011 não é realizado concurso público. Em todo o país, a defasagem chega a mais de 50 mil trabalhadores. Ano passado, conseguimos render 110% para a empresa. Estamos trabalhando acima do limite para manter o serviço. E a empresa não reconhece o esforço do trabalhador”, detalhou o vice-presidente.
Recentemente, a diretoria do Sintect/AC passou por todos os municípios acreanos, levando informações sobre a negociação. “Os trabalhadores no interior estão insatisfeitos com toda essa situação. Eles se prontificaram a participar da greve. É a primeira vez que todos os trabalhadores dos Correios no Acre vão participar de uma mobilização. O serviço pode realmente parar”, comentou a secretária de finanças e administração, Maria Gorete Carvalho.